sábado, 16 de agosto de 2008

Um Viés Perigoso

Este espaço de comunicação estava desativado há mais de 2 meses, por exclusiva falta de tempo da minha parte. Agora que, por razões de saúde, tive de abdicar da minha candidatura a prefeito de Sobral, estarei com tempo bastante, além de liberdade plena ( não tenho mais as restrições da lei eleitoral para a mídia em geral ) para escrever o que me vier na cabeça.
O fato político gerado com a substituição do MEU NOME pelo NOME do sindicalista MUNIZ como candidato a prefeito pela coligação PPS/PSL 23 me oportuniza comentar sociologicamente a praxis politico-eleitoral ainda vigente: a do PERSONALISMO.
Sem entrar no mérito das verdadeiras condições de sucesso eleitoral da nossa coligação, a verdade é que nestes últimos 10 dias ( renunciei no dia 06/08) tenho ouvido, à exaustão, de muitos potenciais eleitores, que agora eles estão órfãos de candidato a prefeito, que vão votar em branco, ou anular ou ainda justificar o voto. Segundo eles, sem meu nome não sobra nenhum outro de qualidade para escolher; traduzindo: antes de ser eleito prefeito, parece que me elegeram "salvador da pátria", um mágico com varinha de condão que iria resolver todos os problemas do município. Na minha concepção esse é um raciocínio perigoso ( além de inocente ), que só leva à cultura do personalismo como (única) solução para os problemas coletivos.
O projeto político-eleitoral ( e de governo ) do PPS/PSL, desde o seu nascedouro ainda em fins do ano passado, sempre teve como pauta a visão de uma participação coletiva de pensamentos, atos e atores, sem os quais não convenceríamos à sociedade da nossa idéia de praticar política com decência e inteligência. Nunca houve, portanto, projeto PESSOAL do Dr. AZEVEDO querendo ser O prefeito de Sobral.
O projeto político-eleitoral ( e de governo ) do PPS/PSL continua o mesmo. Quem quiser conhecê-lo em detalhes poderá acessar nos próximos dias o site da campanha Sobral Merece e Pode Mais!: www.muniz23.can.br. Mas não procurem os interessados um novo indivíduo herói pela causa de Sobral, no NOME dosindicalista MUNIZ.
Fica portanto o apelo aos admiradores conceituais do Dr. AZEVEDO como (único) nome de qüalidade para gerir Sobral: meu projeto ( que é muito mais importante que meu nome ) é o mesmo projeto do MUNIZ ( que é muito mais importante que o nome dele ). Por quê? Porque é o projeto coletivo da Coligação Merece e Pode Mais! Então, amigos, continuem querendo votar no 23; é o número da vez.
O resto é com vocês, eleitores!


terça-feira, 3 de junho de 2008

Que decepção, meu amigo Martônio Barreto

O texto abaixo não é meu, mas senti uma "santa inveja" ao lê-lo no blog do meu amigo Romão Silva ( seu autor ). Ele conseguiu expressar o estarrecimento que sentimos todos os que conhecemos o procurador do município de Fortaleza; muito mais que seu homônimo juiz da fazenda pública, com quem mediu forças para sentar na cadeira da Luizianne, o procurador sempre passou um comportamento mais comprometido de fato com os avanços sociais nas administrações públicas, e menos interesseiro em "ter seus 15 minutos de fama".
Leiam vocês mesmos o texto do Romão e constatem o qüanto ele foi feliz na sua análise.
A Vaga na Prefeitura
Pareceu briga de comadres essa disputa pela vaga da Prefeitura de Fortaleza. Se fossem dois políticos quaisquer até que dava pra entender, mas, um Magistrado e um Procurador de escol não deveriam se contender na arena política com os gládios da Justiça, como lutadores profissionais em busca de um cobiçado título mundial. E olhem que são somente dois ou três dias de vacância. Imaginem se fossem dois ou três anos era perigoso sair até bala!
Por que o cargo é tão cobiçado? Seria o status? Seria a remuneração? Ou simplesmente seria birra de ambos que, tomados de orgulhoso capricho, não abrem mão de sentar na cadeira da Alcaide da Capital Cearense, pois, o salário desses dias não deve ser tão extraordinário a ponto de gerar conflito pelo montante a ser pago e o status de prefeito tampão de tão exíguo espaço de tempo também não deve valer a pena. Isso inclusive dá margem a que se pense em outros interesses que não os de servir ao povo, embora incorretamente.
Algoestá faltando na Lei Orgânica do Município de Fortaleza para em tão pouco tempo gerar tanta polêmica na sua interpretação é o fato de que, esta, não sendo bem explicita sobre o assunto, deixa margem a dúvidas que deverão servir de parâmetros para que as Câmaras de Vereadores façam as devidas correções o mais breve possível, e isto não só na Prefeitura da Capital, mas nas demais cidades do Estado, pois, os senhores prefeitos e seus substitutos gostam de viajar – e dificilmente viajam sem ser a serviço – deixando a vaga ociosa rendendo manchetes nos principais noticiários da imprensa como a caso em epígrafe.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Os Zumbis da Globalidade

Meu amigo Tarcísio Praciano é, como eu, um incomodado permanente. Como alguém já disse que "... os incomodados é que movem o mundo...", nada melhor que juntar num mesmo espaço os nossos "escritos" que refletem nossos incômodos. A propósito, convidei também o meu amigo Zé Albero Dias Lopes (outro incomodado) para participar do blog.
Hoje o texto é do Tarcísio Praciano.
Os Zumbis da Globalidade
Zumbi deveria ser uma palavra respeitável, lembrando o Zumbi dos Palmares imortalizado, que ironia, em Brasilia, como se pode ver na páginahttp://en.wikipedia.org/wiki/Zumbi da Wikipedia, a enciclopedia livre na Internet. Infelizmente, até pela luta desesperadora dos herois dos Quilombos, terrivelmente dizimados pelas forças da repressão à liberdade que eles representavam, a palavra zumbi representa hoje com frequência uma população enloquecida (como pensavam os repressores que os habitantes do Quilombo eram).
É neste sentido infeliz, e não no sentido respeitável que estou usando a palavra zumbi, até mesmo porque não encontro outra. Um zumbi, diferente dos heróis do Quilombo, é um ser enloquecido que zanza perdido, dirigido por forças que nem ele entende. Os zumbis da modernidade, da globalidade, do desenvolvimento sustentável, desde que continue tudo como está, porque disseram para este zumbi que é possível continuarmos zanzando de carros nas ruas cada vez mais largas das grande cidades, mas também cada vez mais entupida de carros engarrafados, cheios de zumbis espreitando aterrorizados aos vendedores de bugingangas ou limpadores de para-brisas (com aqueles liquidos sujos e pás ainda mais sujas), ou simplesmente crianças esqueléticas estendendo a mãozinha num gesto desesperado em busca de um trocado, enquanto que do outro lado se encontra um zumbi apavorado, escondido atrás de um vidro escuro, bem fechado e respirando um frio ar poluido dos gases do carro da frente.
É o mundo dos zumbis, o comportamento deles é semelhante, são feitos da mesma matéria, defuntos re-encarnados por algum médico psicopata devoto da nova religião chamada globalidade. Falam uma mesma linguagem em que se repetem vocábulos do tipo "parceria", "modernidade", "empreendorismo", "inovação", "desenvolvimento sustentável". Quando você escutar alguém com este vocabulario na ponta da lingua, se afaste, é um zumbi da globalidade. A doença de que eles sofrem é contagiosa, na verdade vem através das ondas da tv, todos eles gastam várias horas por dia pregados na maquina de fazer imbecis (Stanislaw Ponte-Preta chamava de"fazer loucos", hoje certamente ele diria "fazer imbecis"). Outra coisa que caracteriza um zumbi da modernidade é que ele é adicto sempre de um time de futebol, o melhor de todos os times, seguindo as instruções da tal máquina de fazem imbecis. Arrotam arrogância e cinismo, e ao invés de estarem lutando por melhores condições, estão tirando vantagens aqui e ali, assumindo cargos no privado mas trabalhando no serviço público, que no privado eles execram como imprestável e incompetente, mas continuam recebendo o salário do serviço público e trabalhando no privado mais do que trabalham no público. E sempre falando que a redenção do serviço público são as "parcerias" as "inovações"o "empreendedorismo". Se perguntarmos a qualquer um deles o que significam este vocabulos, eisque ficam engasgados, gagüejam e finalemnte nada explicam: "ppppaarceria é a innooooovaçao doooo emmmpreeededorrismmmooo no deseeenvolvimento suuuustentável! " '
Ora, a gente podia ajudar o zumbi; empreendedorimo é a terceirização do serviço público em que o dinheiro público é repassado para um intermediário, um gerente que nada fará a não ser colocar para trabalhar alguém que irá receber menos porque parte do que ele receberia, se fosse um autêntico servidor, fica nos bolsos do zumbi que está intermediando e destruindo o serviço público e com ele a nação. Isto também define parceria, ou desenvolvimento sustentável ou inovação. Estas palavras todas são sinônimas. Que me perdoem os heróicos Zumbis dos Palmares pelo empréstimo, desastradotalvez, de seus honrados nomes.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

PEC sem trem da alegria

Um ano antes do pleito eleitoral de 2004, o judiciário emitiu parecer reduzindo drasticamente o número de vereadores nas câmaras municipais do país. Aqui em Sobral, onde havia 21 cadeiras restaram apenas 12. Foi um Deus nos acuda!, principalmente entre figurinhas carimbadas que teimavam ( alguns ainda teimam ) em se perpetuar na profissão(?). Todos os 21 de então queriam voltar para a praça Dom Jerônimo, mas não tinha mais tanta cadeira no plenário.
Naquele ano a determinação judicial reduziu número de cadeiras, mas não mexeu nos valores de repasses orçamentários. Fácil concluir: nas eleições de 2004, com apenas 12 cadeiras a preencher, "as burras" da câmara de Sobral estavam vazando dinheiro.
O que se viu a partir do início dos mandatos foram sinecuras e mais sinecuras, viagens e viagens com diárias nababescas, um sem número de assessores ( quase nenhum deles técnico; a maioria aparentados dos edis) para cada cadeira. E de repente ninguém falava mais da "necessidade" de mais vereadores numa cidade do porte de Sobral; 12 deles poderiam cuidar dos problemas legislativos do município. Eu também acho que sim,não precisa mais que 12, desde que eles de fato legislem e fiscalizem o excutivo, que é seu papel constitucional.
Ontem à noite a câmara dos deputados votou em segundo turno a aprovação da PEC do "vereadores", autorizando às câmaras municipais a aumentar o número de suas cadeiras, apartir da constatação de suas necessidades. Em todo o Brasil poderão ser criados até quase 8000 novos cargos de vereador; em Sobral, poderemos voltar a ter até 21 cadeiras no plenário da câmara.
Mas a tal PEC, que ainda precisa ser aprovada no Senado, traz no seu bojo uma armadilha cruel para os edis que só pensam em se locupletar com o erário: ela reduz em até 70% os valores de repasses para funcionamento de cada câmara. Aqui em Sobral, por exemplo, os repasses anuais do executivo cairão de +/- R$ 800.000,00 para aproximadamente R$ 300.000,00, apartir de 2009. Fácil fazer as contas: sem aumentar o número de cadeiras, já vai ter bem menos dinheiro para dividir entre os 12 e cada um de seus séquitos.
E agora senhores de 2003,os que gritavam contra a injustiça da redução do número de vagas em Sobral,em especial os que conseguiram se re-eleger e hoje ocupam as tais 12 cadeiras: ainda está faltando vereador em Sobral? Este é umpensamento sincero, ético, ou vocês estão com medo de ter de dividir o dinheirinho que agora vai chegar bem mingüado aos seus bolsos?
Respostas para este blog ou para o telefone (88)99274243

Será que ninguém percebe? II Parte

Ontem fui ao jogo do Guarany contra o Maranguape: 2 x 1 para o time visitante.
Mas não é sobre o placar que quero falar, até porque meu coração bate forte mesmo é pelo vovô alvinegro. Quero falar é sobre outro absurdo ( na minha opinião ) cometido pela Prefeitura de Sobral como o nosso suado dinheirinho.
Acho que todo mundo está sabendo que a PMS "investiu" R$ 150.000,00 na campanha do Guarany na II divisão. E aí eu pergunto: será que o erário tem de se responsabilizar e investir em clube de futebol, e (quase) somente neste esporte?
Recentemente ganhei de um amigo algumas edições do nosso diário oficial, e me estarreceu o montante(?) do orçamento anual destinado à secretaria de desportos: +/- R$ 900.000,oo.
Outro dado estarrecedor: até fins de abril, somente algo como 2% do orçamento haviam sido aplicados. E na rubrica do orçamento não consta esse "presente" para o Guarany.
Então façamos as contas e vejamos o quanto estão prestigiados os outros esportes em Sobral. A pergunta-título da postagem: será que ninguém percebe que algo de errado está acontecendo por aqui?
Para concluir, e acho que já disse isso noutra postagem há dias: clube de futebol deve ser administra e bancado, se não totalmentemas na sua maior conta, pelos apaixonados torcedores, nunca pelo tesouro municipal.

Será que ninguém percebe?

...Quase 15 dias sem postar nada e já volto me incomodando com as coisas que acontecem em Sobral, e parece que ninguém percebe. Serei só eu o incomodado? então devo ser eu o errado.

O fato, meus amigos, é que, mais uma vez a prefeitura de Sobral está patrocinado um show com estrela da hora - Vanessa Camargo - a preço ninguém sabe quanto, com a justificativa de "circo" para o povo, numa solenidade de assinatura de ordem de serviço.

Isso é legal, pergunto? E em ano eleitoral, pode, pergunto à justiça eleitoral? Não fica parecido com showmício, e o que é pior, pago pelo erário?

.... Enqüanto isso as reclamações só se acumulam contra os serviços de pouca qualidade na saúdse, nos transportes, na segurança pública,....

Vou repetir a pergunta-título da postagem: será que ninguém percebe?

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Uma (muito) Jovem com comportamento adulto; que bom!

INTA é uma sigla que representa o mais jovem conglomerado empresarial sobralense, quicá nacional, em Educação Superior. Nem por isso, pela sua juventude, seus dirigentes têm descuidado do compromisso institucional com o ensino, a pesquisa e a extensão.

Comparecemos ontem, respeitando convite, ao encerramento da I semana acadêmica das faculdades INTA. O calendário se encerrou com "chave de ouro" com a apresentação ao público das obras literárias- pesquisas de membros do corpo docente daquela instituição.
Conclusão: ensino, pesquisa e extensão têm andado, desde os primeiros passos das faculdades INTA, de mãos dadas; é assim que se faz ensino superior de qualidade. Parabéns aos organizadores da semana, e em particular aos meus amigos Orcar e Moses Rodrigues, dirigentes maiores da casa.

Um pouco da história do Ceará

Recebi da minha amiga escritora Simone Pessoa e-mail muito interessante que divulga informações sobre o Memorial Barão de studart, em Fortaleza. E ela me disse ( e eu concordo): tudo é muito interessante e merece ser divulgado para quantas mais pessoas, melhor.
Abaixo, portanto, a transcrição do E-mail dela.
Fica na Rua Barão do Rio Branco, 1594, Centro, ao lado da Igreja do Carmo. Antigo prédio do Colégio Municipal de Fortaleza. Informações: (85) 3231.6152.

Memorial
Guardião da História

Com o Memorial Barão de Studart, Fortaleza ganha um espaço histórico dos mais modernos do país A História cearense ganha mais visibilidade, a partir de amanhã, com a inauguração do Memorial Barão de Studart, um espaço que abriga boa parte do acervo do Instituto do Ceará.
O Memorial Barão de Studart respeita a moderna historiografia e utiliza-se de muitos recursos para dar visibilidade ao rico acervo do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará. O novo espaço segue as características dos museus contemporâneos, só que tendo como foco principal o Ceará, fazendo um longo passeio pela História do Estado, partindo de um personagem marcante, o Barão de Studart, fundador do Instituto e um dos nomes mais importantes na formação de um pensamento e de uma historiografia cearenses.Segundo a professora Peregrina Capelo, coordenadora da pesquisa que levou à montagem do museu, tudo que o Barão Studart fazia era baseado não em suposições vãs, no achismo, como se fosse algo ficcional. “Ele se dedicou a uma História científica, baseada em documentos. Era um arquivista, um entusiasmado documentarista. E o material que selecionou e estava em seu poder foi fundamental para contar a nossa História, desde a colônia, desde o Ceará provincial. O Barão é um representante da modernidade, que nasce no final do século XIX e estende-se pelo início do século XX”.Ao entrar no Memorial, o visitante é estimulado a interagir com a História do Ceará. Imagens, fotografias e muitos recursos tecnológicos favorecem a interação. “Se o visitante quer ler sobre a seca, ele entra num programa que tem tudo que foi publicado sobre seca nas revistas do Instituto”, explica a professora. O visitante também dispõe de um rico material cartográfico. “O museu prima por uma mensagem antropológica, política, sociológica, histórica e do cotidiano. Foram estes os caminhos que nortearam nossa pesquisa”, informa.
Entre os destaques do acervo, estão as cartas de Barão de Studart, de José de Alencar, do Senador Pompeu e do Padre Cícero. “São pepitas de ouro para todos que desejam pesquisar”. A reunião deste material é fruto de mais um ano de intenso trabalho. “Garimpamos e reunimos o que tinha de melhor para explicar, no sentido real e simbólico, a História do Ceará e também de Fortaleza, já que a capital cearense tem uma grande importância para o Instituto”. A concepção cenográfica e museográfica do espaço é de André Scarlazzari, com curadoria de Lídia Sarmiento. “O sucesso do projeto é resultado de uma boa equipe”, avalia.A fundação do Instituto (1887), conforme a professora, representou uma aventura de conhecimento, afetividade e identidade. E, a partir de agora, o Memorial Barão de Studart tem tudo para se transformar na parte mais visível da instituição que está comemorando 120 anos. “Na época da fundação, o Brasil vivia um momento ímpar: a abolição avizinhava-se, assim como a proclamação da República. E o Instituto mostrava a força do nosso pensamento histórico e social, capitaneados por Capistrano de Abreu e Barão de Studart. Hoje, nós temos outro cenário, mas, com este Memorial, o Instituto mostra que não parou no tempo e que continua evoluindo”.
Barão de Studart. A história do Instituto do Ceará é marcada de sonhos desde a sua fundação, que pode ser personificada na figura de Guilherme Chambly Studart, o Barão de Studart (Fortaleza, 5 de janeiro de 1856 - Fortaleza, 25 de setembro de 1938). Ele era médico, historiador e vice-cônsul do Reino Unido no Estado. Sua batalha foi para que a memória do Ceará não se perdesse. Lutou e conseguiu desenvolver vários trabalhos, hoje fonte de pesquisas para historiadores de todo o mundo.Em uma de suas frases mais famosas, quando já cansado pelos anos, disse: “Inicio hoje a publicação dos documentos relativos à vida do Brasil Colônia: vejo assim realizado um dos mais queridos projetos. Do que me pertence faço de bom grado, partilharem os amantes da História pátria, tendo como certo que eles encontrarão algum subsídio aproveitável ao cabedal que há anos vou acumulando e ora lhes é ofertado. A este volume muitos outros se seguirão, se as forças, já tão alquebradas me consentirem.”Caráter científicoMas a força de Barão de Studart permaneceu mesmo após sua morte, “encarnada” no Instituto do Ceará, uma instituição de estudos de caráter científico sobre diversos temas, em especial a História, a Geografia e a Antropologia. A Instituição publica anualmente uma revista em formato de livro e dispõe de biblioteca, hemeroteca, mapoteca, arquivo e, agora, um dos mais modernos memoriais do país. São os frutos de um trabalho iniciado, há mais de cem anos, por Barão de Studart.Serviço:no Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará (Rua Barão do Rio Branco, 1594, Centro). Informações: (85) 3231.6152

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A feira dos "malandros" e a "malandragem" dos topiqueiros em Sobral

Sobral é mesmo atípica; respira política partidária 24 horas por dia, os 365 dias do ano. É impressionante. Por isso mesmo quando alguém faz alguma crítica ou observação sobre "limitações" administrativas, se esse "alguém" exerce atividade político-partidária, é porque ele é "do contra", etc, etc,etc...
Eu criei este blog, já disse, porque não encontrava mais espaço nos jornais locais para dar minhas opiniões, fazer minhas observações e críticas, se assim achasse pertinente, ao contexto social e administrativo da minha cidade. E acho que o espaço desapareceu porque faço política partidária, inclusive oferecendo meu nome para julgamento da população, no momento como pré-candidato a prefeito.
Mesmo sem escrever mais para eles, continuo lendo os jornais de Sobral; continuo lendo todos eles. Há muita coisa interessante ali. De repente não é nem o que interessa à maioria. Mas para os que estamos atentos aos direitos e deveres da cidadania, faz muito bem ler o Herculano Costa no Correio da Semana.
Na última edição do Correio, em seu espaço, o Herculano questiona 2 pontos interessantes, que dizem muito do "esquecimento" para não dizer descaso da admnistração municipal para com os mais humildes. Quando ele comentou sobre a feira dos malandros ( onde o que menos existe é malandro, muito pelo contrário...), já há muito relegada à periferia, no prédio da estação, mas sem a mínima infra-estrutura que dê decência às atividades daqueles pais e mães de família, ele puxa educadamente ( não poderia ser de outra forma vindo do gentleman que é o Herculano ) as orelhas do paço municipal.
E quando ele comenta sobre a situação das Topics e Ônibus Intermunicipais, nada mais faz que clamar, desesperadamente, por uma instância administrativa competente que venha resolver em definitivo os problemas caóticos do nosso trânsito urbano, que hoje já se transformaram em questão de segurança individual, haja vista, também citadas por ele, as interpelações furiosas e agressivas dos vendedores de passagem na concorrência por clientela... para não falar da ditadura dos flanelinhas a que estamos sujeitos em cada quarteirão da cidade.
Parabéns, Herculano! Pena que os leitores em geral, e o poder público também, ao que parece, não conseguem ler e comprrender a mensagen de suas linhas e entrelinhas; mesmo vindas de um cidadão apenas, e não de um político de oposição, do contra.

Visão de Futuro

A última edição do semanário Expresso do Norte, de Sobral, trouxe reportagem de página inteira (página 16) sobre a internet banda larga e a educação em Limoeiro do Norte.
Infelizmente, como disse, a reportagem é muito extensa, e não vou transcrevê-la. Mas como o jornal circula dentro da cidade, inclusive com notícias institucionais da nossa prefeitura de Sobral, acredito que nossos gestores da área poderão lê-la direta no jornal...
....Quem sabe também não aprendemos em Sobral, e passemos a utilizar esta ferramenta universal da informação e para o conhecimento, em benefício principalmente dos nossos irmãos moradores mais distantes das excelências de qualidade de vida da dita cidade moderna que queremos ser?
Só lembrando um pouco mais: a telemedicina via internet já é também uma realidade em muitos municípios do país, beneficiando e salvando muitas vidas, principalmente na área da cardiologia.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Engraçada ou Hipócrita?

Cada um que decida se a entrevista abaixo com o deputado Ciro Gomes é mais uma coisa ou outra citada no título acima.

http://www.youtube.com/watch?v=HXdUh6EjaIg

Assim como Oposição, imprensa livre faz bem à Democracia

Do blog do ex-governdor cearense Lúcio Alcântara

Imprensa e Estado II

Parlamentares da oposição e a imprensa, de uma maneira geral, criticaram a idéia da criação da TV Brasil pelo Governo Federal.O temor era que a nova televisão fosse mais uma máquina de propaganda do Governo, além dos custos com uma atividade suprida satisfatoriamente pela iniciativa privada. Assim, segundo eles, não se justificaria a medida.Dois fatos ocorridos vieram dar alguma razão aos críticos:
1- O jornalista Eugênio Bucci acaba de publicar o livro Em Brasília, 19 horas. Ele presidiu a Radiobras, no Governo Lula. É professor universitário, respeitado teórico da comunicação, tem livros publicados. É militante do Partido dos Trabalhadores (PT). Foi responsável pela parte de comunicação do programa de governo do candidato Lula e primeiro editor da revista Teoria e Debate, editada pelo PT de São Paulo. Não lhe faltam credenciais profissionais e partidárias, portanto.Não obstante, menciona no livro as pressões e críticas que recebeu de ministros e outros membros do Governo sobre a programação da Radiobras, por eles considerada de "oposição", contrária aos interesses do Governo.Revela, assim, as dificuldades que enfrentou na busca de garantir que o noticiário da emissora, financiada pelo Tesouro Nacional, isto é, pelo povo brasileiro, fosse isento e transparente. Entende ele que informação é um direito tão fundamental quanto a educação, a saúde ou a moradia.
2-O jornalista Luiz Lobo, demitido da TV Brasil, acusou o Palácio do Planalto de interferir na programação da emissora. Segundo ele, a direção da TV teria proibido o uso do termo dossiê, que seria substituído pela expressão levantamento sobre o uso dos cartões. Ele acusou Jaqueline Paiva, coordenadora de telejornais da TV Brasil, de editar textos conforme interesses políticos do Governo. Ela, por sua vez, justifica a demissão por impontualidade e recusa em assinar contrato de trabalho.Luis Carlos Belluzzo, Presidente do Conselho Curador, integrado por várias personalidades, decidiu instalar comissão para ouvir as partes e investigar o assunto. Age em defesa do caráter público, que deve orientar o funcionamento da empresa.
Os dois episódios ilustram a dificuldade que existe para que um órgão de imprensa estatal seja isento e imune às pressões do Governo, para colocá-lo ao seu serviço. O problema só pode ser minorado dando-se a ele independência, liberdade de ação e acompanhamento, mediante instâncias administrativas de controle social. A BBC, emissora inglesa, é o melhor exemplo disso. Nem assim está imune a críticas.
Por isso, quando o Governador do Estado do Ceará propôs, e a Assembléia Legislativa cearense aprovou, a transferência da TV Ceará, da órbita da Secretaria de Cultura (Secult) para a Casa Civil, pasta eminentemente política, alertei sobre os riscos de distorção funcional que estávamos correndo.Sugeri a criação de um Conselho Curador, capaz de acompanhar a programação da emissora, zelando pela sua natureza pública e servindo como canal de comunicação com a sociedade. Infelizmente, o cuidado que houve na criação da TV Brasil não se reproduziu aqui.A TV Ceará é uma TV pública ou uma TV do Governo? Respondo à pergunta com outras duas:Algum crítico do Governo, parlamentar ou não, já foi convidado a participar de um de seus programas de maior duração, para expor seu ponto de vista?As polêmicas viagens do Governador cearense em jatinhos fretados, que ocupam largo espaço na mídia local e nacional, foram, alguma vez, sequer mencionadas nos seus noticiários?
A conclusão é sua!

Jabuticaba e "democracia" sem oposição: só tem no Brasil

Do Jornalista Nelson Motta, na Folha de São Paulo de hoje:





Hay gobierno? Soy a favor!

Entrevistada na TV em um baile de Carnaval carioca, Regina Casé se espantou: "Pô, aqui todo mundo é atriz-modelo-manequim. E as piranhas, onde estão as piranhas?".

O baile político está bem parecido. Todo mundo quer dançar com o governo, de Maluf e Collor à extrema esquerda do PT, revertendo a clássica piada anarquista dos anos 60 para "hay gobierno? Soy a favor!".Quem quer ser oposição em Minas, contra Aécio Neves e Fernando Pimentel? No Ceará, a oposição ao governador Cid Gomes se reduz -como diria Nelson Rodrigues, que abominava unanimidades- a "cerca de dois" deputados. Isso é bom para a democracia? Ou, além da jabuticaba, o Brasil quer surpreender o mundo com a novidade da democracia sem oposição?

Parabéns, Aldenor Façanha Jr.!

Tem tudo a ver com a postagem anterior, onde opinei sobre como eu acho que deve ser administrado um clube de futebol profissional.
Ontem à noite,numa festa simples, mas muito bonita e democrática, com entrada franqueada a todos os interessados em futebol, o empresário de sucesso Aldenor Façanha Jr. marcou um gol de placa (atitude digna), antes de ofertar um gol (automóvel) de raça ao Guarany.
O que o Jr. fez foi dar um exemplo de coragem, além de demonstrar uma percepção avançada e moderna do papel que a sociedade civil deve ter, tomando para si alguns "investimentos" que necessariamente não precisam ( nem devem ) ficar sob a responsabilidade do erário.
Mesmo não sendo um torcedor apaixonado do Gaurany ( torço Ceará ), fiz minha parte no evento de ontem, como sobralense: comprei uma cota do consórcio do gol de raça que ele Jr. doou ao Cacique do Vale. Quer dizer, dinheiro meu, do Jr. e de muitos outros, aliviando os cofres do município. Quem sabe, logo, logo, poderemos pensar em devolver aqueles R$ 150.000,00 para o povo, digo, para a prefeitura?

É um absurdo!

Não, um absurdo não é extamente o valor final demandado pela prefeitura de Sobral em benefício do Guarany Sporting Club: R$ 150.000,00(cento e cinqüenta mil reais), durante este ano de 2008. Se bem que é um valor consideravelmente alto retirado do erário,quando poderia ser canalizado para outras demandas que contemplassem mais equitativamente os anseios e as necessidades da sociedade.
O absurdo, meus amigos, é você saber deste valor acima entregue ao Guarany enqüanto o diário oficial do município apresenta uma planilha de investimento para o desporto ( todos os esportes, inclusive o futebol de campo) com valores totais que não chegam a R$ 900.000,00, para o ano todo. Destes valores, até março, foram investidos percentuais que não chegam a 2% (+/- R$ 19.000,00).
Julguem os eventuais leitores: não parece estar havendo inversão de prioridades nos nvestimentos do setor?
Por último: penso que uma administração pública não deveria se reesponsabilizar pela manutenção e sobrevivência de um time de futebol profissional. Um time de futebol deveria ser mantido e administrado, principalmente quanto às finanças pelos seus amantes mais diretos; ou por algúém ou alguns que queiram "montar" uma empresa.
Dinheiro público é do povo; de todo o povo, amantes ou não de futebol. Chega de tanta sangria do erário.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O Diário Oficial de Sobral

Ninguém pode por dúvidas sobre o desejo de ser totalmente transparente, quando o poder público de Sobral coloca, para leitura de quem se interessar, seu diário oficial na internet. Parabéns, sr. prefeito e equipe.
Por outro lado, sr. prefeito e auxiliares, findam sobrando muitas dúvidas quando a gente lê com mais atenção tudo que é publicado ali. Um exemplo apenas: a PMS contratou, por 1 ano a partir de março passado, para "lotação" e utilização da secretaria de infra-estrutura, um veículo de passeio, ao custo final de R$ 25.000,00 ( vinte e cinco mil reais ). Lá no texto sobre o assunto não consta a marca nem modelo nem documentação (placa) do tal veículo; afora o preço final do contrato, que daria para comprar, à vista, um veículo de passeio 1.0, que seria compilado definitivamente como acervo, patrimônio do povo - do município.
Vi também uma outra portaria ( ou determinação ou ordem, não sei bem o termo jurídico correto ) de contratação de 30.000m3 de areia, no valor de quase R$ 400.000,00 para suprimento da fábrica de asfalto. Entendo pouco de engenharia, mas um amigo me disse que uma caçambada de areia corresponde a +/- 6m3 apenas; então é muita "areia para meu caminhão" essa quantidade de 30.000m3. Atente-se que o contrato é apenas para transporte do insumo, não estando computado no contrato o preço da areia.
Sr. prefeito e auxiliares, não me entendam mal, nem pensem que estou pondo dúvidas sobre a lisura e transparência de seus atos. Convenhamos todos nós, entretanto: os textos do seu diário oficial poderiam ( e acho que legalmente deveriam ) ser mais explicativos, em todos os detalhes - como a historinha do veículo lá de cima; sem placa, marca, modelo ou ano de fabricação).
Se assim acontecesse não pairariam inquietações sobre os atos administrativos de sua gestão. E ficariam somente os encômios pela sua audácia - quem não deve não teme - em publicar seus atos na Internet.

terça-feira, 6 de maio de 2008

O direito ao lazer X O direito de ir e vir

Minha Sobral, para ser a oitava maravilha do mundo moderno - na visão de alguns apaixonados - só faltava ter praia e "vida noturna"; agora só falta a praia, pois um empreendimento do Cleiton Carneiro, com seu restaurante e casa de shows Coqueiros Drink´s, agora vem preenchendo in totum as noites de todos nós, além dos irmãos das cidades circunvizinhas. O endereço dessa belíssima casa de shows, no entanto, vem trazendo potenciais prejuízos ao direito de ir vir de quem precise utilizar a rodovia estadual que liga Sobral a Massapê e a outras cidades.
No último fim-de-semana, quando da apresentação da banda Aviões do Forró naqule espaço de eventos, o que vimos foram engarrafamentos quilométricos nos 2 sentidos da pista, que demoraram até mais de hora para se diluirem. E no meio desse engarrafamento vimos pelo menos 1 ambulância, literalmente parada, sem poder chegar ao seu destino: a Santa Casa de Sobral. Por sorte ela estava vazia, uma vez que apenas vinha recolher um paciente com alta hospitalar.
Mas, se fosse um transporte de paciente grave? E se fosse a ambulância do SAMU em atendimento de urgência? E os transportes de passageiros (ônibus, vans, taxis, mototaxis,....) que têm horário para cumprir até seus destinos?
A verdade é que urge uma providência por parte de quem de direito ( autarquia municipal de trânsito ou DERT) para que situações caóticas como à de sábado passado não se repitam.Naquela noite não houve prejuízo maior para ninguém; noutro momento poderemos não ter tanta sorte.
Fica o apelo, para que se prezem e respeitem os nossos direitos ao lazer nas noites festivas do Coqueiros Drinks, sem que percamos essse mesmos direitos de ir vir pela rodovia estadual em questão.

O Ruído Urbano e o Acinte à Lei

Meu amigo Tarcísio Praciano, professor universitário aqui na UVA-Sobral tem uma excelente sugestão para o cumprimento da chamada "lei do silêncio".
Senhores radialistas/jornalistas de Sobral: leiam com atenção o texto abaixo. Quemsabe um de vocês não encampa a idéia e até sai como inteligência da mídia.
Barulho
Tarcisio Praciano-PereiraDep. de Matemática - UEVA - Sobral - Ceará
Só me ocorreu agora de manhã que os jornalistas poderiam fazer algo importante a respeito desta questão do barulho nas cidades. Poderiam iniciar uma série de reportagens sobre o assunto, ouvindo especialmente o pessoal que faz barulho.Não adiantaria me ouvir, afinal eu detesto caixas de som, eu não teria nada interessante a dizer, nem seria educativo do meu ponto de vista. Mas já pensou que, se entrevistado por um jornalista, um desses ''guerreiros do som'', esses que possuem uma camioneta de 60.000 dólares e um sistema sonoro de 3.000 dólares, preso à parte de trás camionete, já pensou se algum deles dissesse:- É, parece que incomoda, né! Ele já sairia pré-educado depois da entrevista. Sobretudo se entrevistado, saissem suas palavras inteligentes no jornal. Ele ficaria famoso, apareceria na Sociedade como alguém que tivesse alguma coisa a dizer, e não seria, afinal, impossível que ele chegasse a conclusão que um cidadão educado não pode ter uma caixa de som no carro.
Depois os jornalistas poderiam ir atrás dos outros, com caixas de som menos potentes, mas não menos incômodas, nos carros e nos bares. Apesar da lei ser clara ela simplesmente não será aplicada pela simples falta de educação, e o jornalismo poderia fazer a sua parte educando estes pobres coitados que desconhecem que o som faz mal a eles próprios, aos seres que lhes estão próximos, namoradas, filhos, amigos para não pensar nos que estão mais distantes e que até o desconheçam.
Seria a glória para os jornalistas; teriam cointribuido um pouquinho para a educação de alguns adultos e melhorariam para nós todos o meio ambiente e a saúde, um pouquinho pelo menos.

domingo, 4 de maio de 2008

Acordemos: falta de oposição faz falta à democracia; e aos nossos bolsos

No blog do Ricardo Noblat ( www.blogdonoblat.com.br) de hoje tem um texto interessante que trata das novas - embora passadas, só agora vindo ao conhecimento público - "trapalhadas" do governador Cid Gomes. A opinião e as críticas são do autor, mas eu, particularmente, concordo com todas elas. Vamos ao texto então...


Isso é que é genro...

O governador do Ceará, Cid Gomes, é muito família. Ele não agrada apenas à sogra, mas também ao sogro, aos irmãos, aos sobrinhos...

O governador do Ceará, Cid Ferreira Gomes, é um genro exemplar. Nesta segunda, ele comemora dois anos de casado com a advogada Maria Célia Moura. Nesse período, Cid fez de tudo para agradar à família de sua mulher. No Carnaval, fretou um avião no qual levou a sogra, Pauline Habib Moura, em uma excursão "a trabalho" pela Europa. O jato foi alugado à empresa de um dos correligionários do governador e pago com 388.000 reais dos cofres cearenses.

Na semana passada, Cid justificou a carona. "Foi um pedido da minha mulher. Peço desculpas, mas quero deixar bem claro que não existe nenhuma norma que impeça esse tipo de procedimento. Minha esposa tem 27 anos e uma ligação muito estreita com a mãe", disse. Não foi o único mimo que o governador fez à sua sogra. Em 2007, o primeiro ano de sua gestão, Cid empenhou 2,6 milhões de reais à Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais do Ceará, uma ONG presidida por ela, a sogra do coração, Pauline Moura.

Para os padrões da federação, a contribuição foi de uma generosidade, digamos, filial. No ano anterior, a mesma ONG havia recebido apenas 150.000 reais do governo cearense. Em 2005, a doação foi de 1.500 reais. VEJA procurou Pauline para saber o motivo do aumento da contribuição e o que havia sido feito com tanto dinheiro. A sogra do governador mandou avisar, porém, que ficou deprimida com a divulgação de sua excursão pela Europa e, por isso, não quer falar.

O procurador Francisco Leitão Moura, sogro de Cid, também não tem razão para reclamar do genro. O governador o nomeou coordenador da ExpoCrato, que é a maior feira agropecuária do Ceará e movimenta 15 milhões de reais na cidade de Crato. Cid realizou um sonho do pai da mulher, que havia quinze anos tentava sem sucesso chegar ao posto. Uma das tarefas de Moura é arranjar patrocinadores para a feira. Neste ano, convenceu a empresa de táxi aéreo Easy Air a bancar o evento.

Mas isso não parece ter requerido muito esforço. A Easy Air, cujo proprietário é Antônio Disraeli Ponte, amigo de infância de Cid Gomes, conseguiu decolar graças ao governo estadual. A empresa comprou seu primeiro avião em agosto do ano passado. No mês seguinte, alugou outro a fim de participar de uma concorrência de 1,5 milhão de reais para prestação de serviços de táxi aéreo ao governo cearense. A Easy Air ganhou um contrato oficial que sustenta sua operação. Agora mantém três aviões. É uma potência. "A Easy Air presta serviços para o governo do estado mediante licitação", desconversa o amigo de Cid.

O governador não tem mesmo medido esforços para manter satisfeitos seus familiares e amigos mais íntimos. Quando assumiu, encontrou uma restrição na legislação estadual para nomear o chefe da Casa Militar. Pela lei, ele deveria nomear um coronel para o posto. Cid mudou-a para permitir que a função fosse ocupada pelo tenente-coronel Francisco Rodrigues, que o acompanha há mais de dez anos.

Ele também colocou Ivo, seu irmão caçula, na chefia do seu gabinete. No Carnaval do ano passado, embarcou com a família e os filhos do deputado Ciro Gomes, seu irmão mais velho, para passear em Saint-Martin, uma paradisíaca ilha no Caribe. O governador permaneceu dois dias na ilha e, depois, seguiu para os Estados Unidos. Passou quatro dias lá e voltou para Saint-Martin, a fim de levar a parentada de volta a Fortaleza.

Cid diz que foi aos Estados Unidos em missão oficial, mas sua ida a Saint-Martin só se tornou conhecida na semana passada. O chefe da Casa Civil de Cid, Arialdo Pinho, diz que o governo estadual pagou apenas o pedaço da viagem entre Saint-Martin e os Estados Unidos. Segundo ele, o governador teria pago do próprio bolso o trajeto entre Fortaleza e a ilha do Caribe.

A explicação oficial tem dois problemas. Primeiro, o Diário Oficial do Ceará não registra a viagem do governador nem discrimina o desembolso dos recursos que pagaram a "perna" Saint-Martin–Estados Unidos. Confrontado com a divergência, o chefe da Casa Civil alegou que, por inexperiência, usou recursos previstos exclusivamente para a manutenção de sua pasta para pagar as passagens de Cid do Caribe para os Estados Unidos.

O segundo problema pode ser mais difícil de explicar. O deputado Nilton Martins afirma que o governador e sua família viajaram de jatinho. Se tiver razão, o transporte dos Gomes para Saint-Martin custou, no mínimo, 250.000 reais, o que equivale à metade do patrimônio do governador declarado à Justiça. Cid se recusa a dar maiores explicações sobre essa viagem e tem pouco a perder com isso.

Quarenta e quatro dos 46 deputados estaduais o apóiam. Chegaram a editar um decreto que o desobriga de comunicar suas viagens e de prestar contas sobre o que faz quando está fora. Imune às críticas, Cid disse, na semana passada, que não cometeu crime e declarou sua fonte de inspiração: o irmão mais velho. "Ciro é minha referência política. Temos os mesmos padrões morais e éticos." Cada um tem a referência que pode.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Câmara de Vereadores de Sobral: Parlamento ou o que mesmo que ela é??

Para qualquer inteligência mediana fica fácil compreender sobre o papel constituicional de um parlamento, e uma câmara de vereadores é um parlamento, todos sabemos: deliberar(legislar) fiscalizar e controlar(o executivo); tudo em respeito ao art. I da nossa constituição: " todo poder emana do povo e em seu nome deverá ser exercido". Não é o que tem acontecido nos altos do edifício da praça Dom Jerônimo em Sobral.
No último dia 29/4, acho, ouvi numa emissora de rádio local a fala do presidente da Câmara de Sobral quando utilizou a tribuna no dia anterior. Para que a postagem não fique longa vou tentar resumir o que ouvi.
O vereador-presidente reclamava por estar sendo acusado de ter "comprado" um cabo eleitoral pelo valor de R$ 70.000,00, que "votava" até então com outro edil. E ele arrematou, mais ou menos assim: "eu não tenho R$ 70.000,00 para dar para ninguém; e, levando-se em conta que a região de trabalho do cabo elitoral não tem tanto voto assim, sairia muito caro o valor de cada voto".
As palavras podem não ser exatamewnte as mesmas mas o contexto de sua fala era exatamente este: a negociação financeira de votos, via atravessador, esta figura impalpável e irreal e "ilegal" do cabo eleitoral.
Se o tipo de debate que estiver sendo travado na nossa câmara a cada reunião for desse molde, estamos realmente desassitidos de representantes .
O caso específico descrito tem uma outra agravante: a aparente agressão à lei eleitoral, que considera a compra de votos ilicitude tão grande que prevê perda de mandato do agessor.
Acreditem: o que eu ouvi me incomodou bastante. Como cidadão estou procurando os meios legais para requerer a cópia gravada da fala e apresentá-la a Justiça Eleitoral

terça-feira, 29 de abril de 2008

...E o primeiro irmão teve um "apagão"

Enqüanto Cid Gomes declarava não saber de nada sobre convênio do Governo com a APAE, seu irmão Ciro Gomes teve um surto de amnésia, não "conseguindo entender" e desconhecendo todos os assuntos questionados pelo repórter Danilo Gentilli, do programa CQC da bandeirantes
O vídeo da (tentativa) de entrevista é o atual campeão de acessos do You Tube. não sei direito como usar a ferramenta de transferir o vídeo direto para esta postagem, mas quem tiver intersse em vê-lo é só acessar www.youtube.com

O apedeuta fez escola

Infantil para não dizer medíocre ou hipócrita a explicação dada pelo nosso governador Cid Gomes para justificar a presença de sua sogra, de sua mulher e mais as mulheres de seus assessores naviagem à Europa no último fevereiro.
Mas pelo menos ele pediu desculpas dirão alguns, isso já não basta? Eu acho que não.
Agora o que mais me surpreendeu foi a fala do governador quando questionado sobre outra denúncia contra sua administração: a de um convênio num mínimo esquisito realizado entre o governo do Ceará e a APAE-CE, presidida pela sua sogra ( de novo ela sob os holofotes )
Do alto de sua sapiência e onisciência, característica muito própria dos membros políticos da família FG o homem soltou essa: "sinceramente eu não sabia da celebração desse convênio".
O Lula está ou nõa fazendo escola no país?

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Oposição faz bem à democracia

Do blog do Reinaldo Azevêdo:

Cid Gomes faz convênio de R$ 2,3 mi com entidade presidida pela própria sogra

Ele é o genro que toda sogra gostaria de ter. Vá lá. Não toda: uma parte das sogras ao menos. Refiro-me ao governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), irmão de Ciro, aquele que fundou as bases do que chamou de “Nova Hegemonia Intelectual e Moral do País”. Desde que ele lançou esse furacão conceitual, eu tento entender do que se trata. O governador promete explicar hoje por que levou a mulher, a mãe dela, dois auxiliares e suas respectivas consortes numa viagem à Europa, num roteiro que incluiu hotéis de luxo (veja abaixo).
Então é bom aproveitar a oportunidade para explicar também por que seu governo, informa Isabela Martin no Globo desta segunda, firmou um convênio de R$ 2.356.557,36 com uma entidade presidida... pela sogra!Pauline Carol Habib Moura, que tem o que se costuma chamar de um “genro de ouro”, preside a Federação das Apaes do Estado do Ceará. Mas que coração duro o desses jornalistas! Como podem estranhar um convênio firmado com uma entidade conhecida por seu trabalho sério? Acontece que o dinheiro não será destinado ao atendimento das crianças excepcionais, sua especialidade. A federação participou de uma licitação — e venceu — com um projeto para atender “crianças e adolescentes em situação de risco”.
Sabem o que falta no Ceará? Oposição! Cid foi eleito por uma megacoligação que reúne PSB, PT, PCdoB, PMDB, PRB, PP, PHS, PMN, PDT e PV. E contou ainda com o apoio do PSDB do senador Tasso Jereissati. Embora então presidente nacional do partido, Tasso não apoiou a reeleição do tucano Lúcio Alcântara, que deixou a legenda. Apenas 2 deputados, Adhail Barreto (PR), e Heitor Ferrer, têm dado a cara ao tapa na Assembléia Legislativa do Ceará e cobrado explicações do governador.
Sempre que se fala em megrafrentes de partido para disputar eleições, comecem a proteger o bolso. Parece tolo de tão óbvio o que vou dizer, mas digo: democracias precisam de oposição. Ou se tornam frentes contra a população. Por que as CPIs degeneram em chicana no governo Lula? É de tal sorte esmagadora a maioria do governo no Congresso, que basta a base decidir que nada se investiga. E pronto!Sem oposição, governos viram a casa da sogra.

A Saúde Pública sob a Ótica de um Usuário

Como médico já fiz muitas críticas e sugestões, ao menos no nível municipal, sobre como eu achava que deveria ser o funcionamento dos postos de sáude, principalmente os mais distantes do centro de Sobral, no que tange aos seus horários de atendimento.
Como político, inclusive com interesses e possibilidades reais de uma candidatura a prefeito da minha cidade, se um dia chegar lá, não tenho dúvidas que sugestões como a desse usuário, autor do texto que se segue, serão completamente acatadas.
Vocês outros usuários, leiam o texto com atenção.
Caos na Saúde Pública
Antônio Romão Silva

Estamos atravessando momentos difíceis em todos os sentidos. Violência, corrupção, inflação (que o governo nega existir), corrosão de salários, altas taxas de juros, etc., sem contar com os problemas de saúde pública, cujo gerenciamento é um desastre.

Os problemas vêm se agravando a cada dia e nós não estamos preparados para enfrentá-los porque, a bem da verdade, não se vê empenho das autoridades em encontrar a solução.
Assim falo porque não se tem investido o suficiente em pesquisas científicas na busca de novos medicamentos, vacinas e métodos de tratamento; nossos pesquisadores são mal remunerados e muitos deles procuram trabalho em outros países, posto que aqui não são valorizados.
Um exemplo bem recente é caso vacina contra o dengue, objeto de pesquisa do Laboratório de Bioquímica Humana da Universidade Federal do Ceará que reclama um investimento da ordem de R$ 500.000,00 para dar seqüência a outras etapas do projeto para a confecção de uma vacina tetravalente, comum aos quatro tipos de vírus analisados.

As faculdades não cumprem o seu papel na integra porque não dispõem de verba suficiente para ampliação, reforma, equipamentos médicos, aparelhos, material diverso, etc.; o corpo docente é mal remunerado, razão pela qual é também desmotivado e assim vamos caminhando na base do fingimento: o governo finge que resolve o problema; os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem e a sociedade finge compreender.

O resultado não poderia ser outro do que aquele que vemos diariamente em nossos hospitais, como mal atendimento, casos de erro médico, em decorrência do grande volume de pacientes a serem atendidos por um ou dois médicos e auxiliares plantonistas que se estressam, se irritam até e não é para menos, porque eles também são humanos e por isso, sujeitos a todos os defeitos inerentes ao corpo e ao espírito.

O certo é que, devido ao mau gerenciamento do sistema como um todo, a repercussão é quase sempre negativa gerando descontentamento e desconforto tanto para pacientes como para os profissionais de saúde.

Os hospitais reclamam das tabelas do SUS, segundo eles, sempre desatualizadas, - e acredito piamente que sim, - em desacordo com a realidade. Daí resulta o acúmulo de problemas que são agravados com a grande afluência de pacientes vindos de outros municípios – e até de outros Estados da união, - os quais poderiam ser previamente examinados em seus lugares de origem, nos postos de saúde, se estes dessem um plantão de 24:00h, porque às vezes, - e não são poucas essas mesmas vezes, - trata-se de um caso simples e que poderia ser tratado no posto ou mesmo em casa. Os casos mais graves poderiam ser encaminhados aos hospitais de maior importância.

Cabe aqui, portanto, observar que, se as prefeituras adotassem na sede e nos respectivos distritos o sistema de atendimento integral nos pequenos hospitais ou nos seus postos de saúde, o atendimento dos nosocômios seria bem melhor.

domingo, 27 de abril de 2008

Sobral: Portal de Notícias

Quando alguém disse que a Internet é a única imprensa livre possível não podia ter sido mais verdadeiro. Claro, porque TODO MUNDO, no mundo todo, pode acessá-la. Ela sempre estará à distância de um dedo das teclas dos computadores.

Um grupo de radialistas/jornalistas com espírito indômato, talvez se vendo cerceados muitas vezes nos jornais escritos e nas emissoras de rádio em que militam, em Sobral, resolveu criar seu jornal eletrônico: www.sobralportaldenoticias.com

Sobre imprensa livre: a edição da semana passada da revista Veja trouxecomentário/ensaio de última página onde o autor trata da questão envolvendo o legislativo x executivo cearense. Mas nem todo mundo lê a Veja; ou porque não quer, ou porque não pode comprá-la. E, em Sobral, ou melhor, para informação dos sobralenses, como o assunto tratado não favorece o nome do ex-prefeito Cid Gomes, nossa mídia local tem comentado en passant o tema; e sempre pondo panos mornos. Aí o Sobral: Portal de Notícias coloca no ar o texto. Quem ainda não leu que o faça agora, se quiser; talvez possa-se tirar conclusões semelhantes às que defendem nosso conterrâneo. Ou o contrário disso.


VEJA ELEGE CID GOMES O "GENRO DO ANO"

Num duro ensaio do jornalista Roberto Pompeu de Toledo, na última página da revista Veja, o governador Cid Gomes é eleito o " genro do ano". A Veja relata as "peripécias mundo afora de Cid Gomes, o afortunado governador do Ceará, e de sua sogra". Leia mais sobre esse assunto na revista Veja:

Ensaio: Roberto Pompeu de Toledo
O genro do ano
Peripécias mundo afora de Cid Gomes, o afortunado governador do Ceará, e de sua sogra

Ainda estamos no primeiro semestre, mas daqui até o fim deste 2008 dificilmente alguém arrebatará do governador Cid Gomes, do Ceará, o título de genro do ano. Cid Gomes não se esqueceu de incluir a sogra, a senhora Pauline Carol Habib Moura, na comitiva de sete pessoas que, a bordo de um jato fretado, visitou cinco cidades européias, em dez dias, na época do Carnaval. As outras pessoas eram o secretário de Turismo do governo, Bismarck Maia, e senhora, o assessor Valdir Fernandes da Silva e senhora, o governador e a primeira-dama, Maria Célia. À boa vontade do governador juntou-se a do bom povo do Ceará, que pagou a conta: 388 596 reais do aluguel do jatinho, mais 13 841,28 reais em diárias para os três membros da comitiva detentores de cargos oficiais.

Cid Gomes é um afortunado. Dos 46 deputados da Assembléia Legislativa do Ceará, apenas dois lhe fazem oposição. Treze dos catorze partidos estão com ele. Só não está o PR, partido do governador anterior, Lúcio Alcântara. O único representante do PR na Assembléia é um dos oposicionistas. O outro é o deputado Heitor Férrer, do PDT, que, ovelha desgarrada, insiste em exercer as funções de fiscalizar o governo e cobrar explicações. A proeza em que se empenha o mineiro Aécio Neves, de juntar PSDB e PT no apoio a um candidato comum à prefeitura de Belo Horizonte, empalidece diante da de Cid Gomes, que, filiado ao Partido Socialista Brasileiro, tem em torno de si um cordão no qual se abraçam do DEM ao PCdoB, do PMDB ao PV, sem esquecer PT e PSDB.

Outra sorte de Cid Gomes é governar um estado cujos cofres só podem estar cheios até a boca, para agüentar o baque de suas ousadias administrativas. A principal realização do governo, no campo da segurança pública, foi comprar 428 viaturas Hilux SW4. Cada uma delas tem preço de mercado na faixa dos 150 000 reais. Total do pacote: 64,2 milhões de reais. Um especialista em segurança pública pergunta: "Aonde vai a Hilux que a Blazer não pode ir?". O mesmo especialista lembra que os policiais do Ceará costumam entregar a arma a um colega quando deixam o serviço, porque não há armas para todos. Não importa. Impressionantes Hilux circulam pelo estado. E só espíritos de porco haverão de pensar na conta da manutenção quando elas começarem a quebrar.

A viagem de Cid Gomes e companhia, inclusive a sogra, a Madri, Londres, Edimburgo, Dublin e Berlim deu-se entre 30 de janeiro e 9 de fevereiro. O deputado estadual Heitor Férrer, a tal ovelha desgarrada do rebanho do governador, encaminhou no dia 20 daquele mês um pedido de explicações sobre preços, propósitos da viagem e membros da comitiva. Dois dias depois o governo informou quanto tinha custado o aluguel do jatinho, mas silenciou quanto à comitiva e aos propósitos da viagem. Finalmente, na semana passada, quase dois meses após a primeira consulta – eta informação difícil, a que se exigia do governo! –, veio a lista dos passageiros. Quanto aos propósitos da viagem, informou-se que em Madri o governador e assessores participaram da Feira de Turismo, "evento importantíssimo para o desenvolvimento turístico do estado", em Edimburgo trataram de energia, em Dublin de atrair investimentos turísticos e em Berlim estiveram na "maior feira do mercado de frutas do mundo". Nenhum detalhamento quanto a quem o governador encontrou, em que dia, a que hora, que precisos assuntos foram abordados e que resultados se obtiveram.

O deputado Férrer quer o ressarcimento aos cofres públicos das quantias indevidamente gastas na viagem, e para isso mobilizou o Tribunal de Contas e o Ministério Público do estado. Em sua argumentação, dividiu o preço do frete do avião pelos sete membros da comitiva – aproximadamente 55 000 reais – e pediu que as parcelas relativas a três deles – a sogra, a esposa do secretário e a esposa do assessor – sejam devolvidas. Férrer está sendo bonzinho. Considera que a primeira-dama tem lá suas funções de representação, e portanto não deve entrar na conta, e não contesta a opção pelo avião fretado. O Jornal Nacional, da Rede Globo, fez o cálculo de quanto custaria a viagem em avião de carreira – 105 000 reais, ida e volta, Fortaleza–Madri, para os sete passageiros, em primeira classe, pagando-se tarifas cheias, ou 45 500 em classe turística.

O governador não se pronunciou sobre o assunto na semana passada. Estava de novo em viagem, dessa vez para a Ásia (para onde foi em avião de carreira e sem sogra). Como viajam os governadores brasileiros! E também os ministros, os secretários, os prefeitos, os deputados, os vereadores, os presidentes. Uma pesquisa aprofundada sobre o assunto nos haveria de situar entre os líderes mundiais, se é que não somos o líder, no ramo das viagens de políticos e autoridades. Na hipótese (remota) de Cid Gomes vir a ser condenado a devolver a quantia estimada por Férrer, a sogra lhe custará 55 000 reais. Depois da viagem do tipo "Europa maravilhosa em cinco escalas" que lhe ofereceu, será uma nova oportunidade de provar-se o genrão que se adivinha nele.



Perigo no ar

Do blog do Claúdio Humberto de hoje:

Xodó 2010
O presidente Lula segredou a um senador aliado que desistiu da opção Ciro Gomes, na sucessão, após concluir que, se há alguém no PSB que merece isso, é Eduardo Campos, governador de Pernambuco, seu xodó.


Comento:
Estamos correndo o risco de ver novamente, pela enésima vez, a revoada de aliados do deputado sobralense/paulista ( e ele próprio, claro) pulando do partido da pomba (PSB) para alguma outra sigla onde não haja sombras densas ofuscando seu projeto pessoal.
Para os mais novos: a vida pública de Ciro Gomes teve início ainda nos anos 70, como filiado ao antigo PDS/Arena; depois ele militou no PMDB, PSDB, PPS, constituindo-se atualmente, juntamente com seu irmão Cid, governador do Ceará, as maiores lideranças do PSB estadual.

A Opinião de Um Amigo

Os que acompanham o blog desde seu nascedouro já sabem que ele é espaço também para opinião de alguns amigos que tenho; e sobre as quais assino em baixo. Apreciem portanto o texto a seguir do meu amigo Romão.


ATOS ACINTOSOS

Até parece que o Poder Público medra quando se vê diante de situações embaraçosas como as que estão acontecendo no Acre, no Pará e em outras partes do País. Os movimentos ganham peso e se municiam com paus, pedras, armas de todo tipo, inclusive com bombas caseiras e coquetel molotov, deixando a Polícia impedida de agir com a energia necessária, constantemente ameaçada e recebida com as mais acerbas reações.

E ai da Polícia se reagir porque é rechaçada a ferro e fogo pelo grupo antagônico, corre o risco de cometer algum excesso e ser flagrada pelas câmeras de algum jornalista de plantão, que não perde uma oportunidade de incriminá-la com suas imagens comprometedoras, sem contar que tem ainda os olhos de lince dos organismos Internacionais e de Direitos Humanos inexoráveis na defesa de criminosos.

Na minha modesta opinião, falta pulso, falta também um pouco de determinação e coragem para impor o cumprimento da lei que foi instituída para todos, sem exceção. Afrouxar as rédeas do comando pode parecer fraqueza e é isso que o inimigo quer, descobrir o calcanhar de Aquiles para então atacar pelo lado debilitado do antagonista.

O Poder Público detém em suas mãos a autoridade, os homens e as armas necessárias para combater o inimigo, contudo, se abstém de cumprir o seu poder de polícia não se sabe por quê. Isso nos faz conjecturar as mais esdrúxulas situações e não é para menos, porque, como já foi exposto uma vez, deve ter a mão de alguém poderoso o bastante para inibir uma reação coibitiva, o escudo protetor de algum partido político ou ainda a campânula invisível de grandes fortunas, organismos internacionais, etc., pois, só encara a autoridade quem é abrigado em árvore frondosa que dê boa sombra.

A manifestação pacífica é constitucional e livre, mas, ações violentas e sempre seguidas atos de vandalismos, praticando crimes, arrepiando a lei e afrontado a autoridade como soi acontecer amiúde, protagonizadas pelo Movimento dos sem Terra, Via Campesina e grupos afins, é inconcebível e intolerável, porque tais confrarias podem evoluir para grupos paramilitares e levar o País a uma situação vexatória semelhante à vizinha Colômbia que, mesmo com ajuda internacional se vê impotente para debelar a guerrilha e os grupos paramilitares que há décadas assolam o seu território.

Por esse e por outros motivos, temos de colocar as nossas barbas de molho, pois, a cada dia que passa os noticiários da TV, rádio e jornal publicam novos atos de depredação, fechamento de rodovias, invasão de fazendas e prédios públicos e onde até jamais se imaginava que pudesse ocorrer, em pleno centro do Poder do País, em Brasília, no Congresso Nacional.

O mau exemplo foi copiado por outros grupos que, aqui e ali, estão botando as unhas de fora e cometendo as mesmas barbáries dos citados movimentos. Pouco ou nada mais resta para que tomem de vez o fôlego da autoridade pública em definitivo.

antromsil.

sábado, 26 de abril de 2008

Quem te viu, quem te vê....

Enqüanto o jornalista Roberto Amaral, presidente nacional do PSB, e o deputado Ciro Gomes, irmão do governador do Ceará aconselham-lhe publicamente a dar explicações à sociedade, o deputado estadual do PT, Nelson Martins, mais parecendo um cão de guarda raivoso, vocifera a plenos pulmões que "Cid Gomes não tem que explicar coisa nenhuma; ele viaja para onde quiser e leva quem quiser de carona".
Há menos de 2 anos, quando o governador era Lúcio Alcântara, se situação semelhante tivesse acontecido ( a bem da verdade o ex-governador sempre fez suas viagens em aviões de carreira), qual seria mesmo o comportamento do valente deputado petista, e por extensão, a de todos que lhe faziam oposição à época?
Parabéns, deputado Heitor Ferrer! Não porque você continua fazendo oposição, mas porque você encarna por completo o verdadeiro parlamentar, que tem por funções legislar em prol do coletivo e fiscalizar vigilantemente os atos do executivo, seja ele parceiro político ou não.
Quanto ao deputado Martins, que cada um faça o julgamento que lhe convier.

Parabéns CDL de Sobral

A CDL -Câmara de Diretores Lojistas - de Sobral, à frente o sr. Raimundo Ribeiro, num gesto/ação que só dignifica aquele colegiado, assumiu de vez a campanha municipal contra o mosquito da Dengue. O fato só aumenta o conceito de qualidade que os sobralenses temos daquela instituição, mercê do caráter do Raimundo e dos seus pares e colaboradores. O combate à dengue é responsabilidade de todos, e não só dos organismos de saúde.
Mais que um ato de responsabilidade e cidadania, a iniciativa da CDL, com seu exemplo, estimulou certamente a outros segmentos da sociedade a tomar decisões semelhantes. Minha clínica de consultórios - CLIMEP-, por exemplo vai também abraçar a causa. Até porque não queremos "sair mal na fita" com nossa entidade-mãe. Para quem não sabe somos filiados a esta vitoriosa CDL.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Para esclarecer...

O blogueiro Reinaldo Azevêdo não é meu parente; infelizmente para mim, porque o cara escreve bem, corretamente, e tem uma cultura vastísssima, holística mesmo. E eu não calço nem suas sandálias em termos de conhecimento ou no trato com o vernáculo.
Fiquem certos os que porventura também queiram se aventurar pelas "ondas" da WEB: o blog do Reinaldo Azevedo (www.reinaldoazevedo.com.br) é uma ótima referencia.

Um Comunicado Pessoal

Aprendi com o melhor blogueiro (na minha opinião) do Brasil, o sr. Reinaldo Azevêdo, que este tipo de espaço ( um blog ) é privado, particular mesmo. Portanto cada um de nós escreve e diz o que quiser, mesmo que seja assunto pessoal, que de repente não interesse a mais ninguém.
Pois bem: não sei se alguém está sabendo, mas como filiado ao PPS (partido popular socialista), meu nome está sendo trabalhado internamente para ser lançado candidato a prefeito de Sobral.

Pessoalmente tenho a compreensão clara sobre legislação eleitoral, e que, pelo menos até as convenções partidárias em junho, só posso falar em pré-candidatura. Mas confesso que a idéia e a possibilidade de candidatura oficial me atraem, independentemente das chances reais de eleição; até porque a eleição é decidida pelo eleitor, e não pela importância política de cada nome ou partido que se apresente para julgamento popular.

Então é isso; fiz meu comunicado pessoal. Quem porventura quiser opinar sobre o assunto, por favor, fique à vontade!

Férias Forçadas

É bem verdade que, mesmo antes do dia 17/03 (data da última postagem), este espaço já vinha com algumas irregularidades quanto a comunicação mais permanente. Para esse período não tenho justificativa. Mas de 17/03 para cá, aí será fácil me explicar.

Desde o domingo de Ramos (16/03) , passei a apresentar fortes sintomas e sinais de uma herniação discal cervical. A ressonância magnética confirmou a suspeita clínica. E de lá para cá, meus amigos, não queiram sentir as dores e o incômodo que vinha sentindo, a ponto de me impedirem de sequer me sentar à frente do computador. Então não podia dar outra impressão que não fosse a do projeto blog abandonado no seu nascedouro.

Graças a Deus, em primeiro lugar, e aos meus médicos, drs. Hernane Campos (ortopedista) e Cláudio Henrique(neurologista), já estou dirigindo, fazendo consultório, visitando o Cíceros's Bar e a internet também. Então voltei a produzir para o blog.

Só espero me tornar mais constante (quem sabe, diário) por aqui; menos pela ansiedade dos eventuais leitores ( nem sei mesmo se eles perceberam o hiato do blog) e mais pelo objetivo maior quando de sua criação: a necessidade de um espaço onde eu pudesse escrever livremente, sem censura ou amarras, extravasando minhas angústias e incomodações sobre o que tenho visto, ouvido ou lido do comportamento político, educação, cultura, etc.,etc.,etc...

A outra face do blog, para que ele cumpra um papel mais interessante para o tecido social ( o da interação de idéias, críticas e sugestões), esta só depende também do outro lado: os meus leitores.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Sabedoria

Sabedoria

por Tarcisio Praciano-Pereira


"-- Eu acompanhava um amigo à banca de jornal.
Meu amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas, como retorno, recebeu um tratamento rude e grosseiro. Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, meu amigo sorriu atenciosamente e desejou ao jornaleiro um bom final de semana. Quando descíamos pela rua, perguntei:
- Ele sempre lhe trata com tanta grosseria?
- Sim, infelizmente é sempre assim.
- E você é sempre tão atencioso e amável com ele?
- Sim, sempre sou.
- Por que você é tão educado, já que ele é tão rude com você?
- Porque não quero que ele decida como eu devo agir. Nós somos nossos "próprios donos". Não devemos nos curvar diante de qualquer vento que sopra, nem estar à mercê do mau humor, da mesquinharia, da impaciência e da raiva dos outros. Não são os ambientes que nos transformam e sim nós que transformamos os ambientes.
- Para saber quantos amigos você tem, dê uma "festa".
- Para saber a qualidade deles, fique doente!" (autor desconhecido)


Tenho este texto guardado num banco de textos que vou encontrando e que considero interessantes. Sem dúvida é preciso passar dos 20 para ter paciência e uma certa sabedoria.

Primeiro deixe-me contar uma frase que lí (havia) na oficina de um mecânico de quem eu era cliente no Rio Grande, ao sul do Rio Grande do Sul, "cabelos brancos não querem dizer nada, os canalhas também envelhecem", e o cara era um italiano velho que já deve ter morrido, um pouco antes de eu vir embora, ele teve um ataque cardiaco, estava de cama, e ninguém tirava um cachorrão grandão dele debaixo da cama, a esta altura os dois devem ter morrido.

Portanto idade não leva ninguém a virar sério, talvez a morrer!

Meu pai me contava, (me fazia dormir contando histórias, recitando Guerra Junqueiro) a seguinte história:

"Era na Holanda

Um garotinho voltando da escola vê que a água do mar entrava por um buraquinho num dique. Ele enfiou o dedo no buraco até que tarde da noite uma busca da polícia chegou a procurá-lo. Enquanto não chegou alguém para tomar conta do buraco no dique, ele não saiu do seu posto de cidadão."

Não sei que idade tinha o garoto, mas quando volto a me lembrar desta história os olhos ficam marejados, ele certamente não tinha passado dos 6 ou 7 anos, e para quem não sabe, a Holanda é chamada de "País Baixo" porque se encontra abaixo do nível do mar, e com os seus diques avançou um pouco mais mar a dentro.

Ninguém precisa ter 20 anos para ser sério e cidadão, mas precisa viver num sociedade onde a cidadania seja um fato comum, coisa que entre nós não é, até porque hoje ninguém tem mais um pai para nos ensinar estas coisas, e nem nos livros de leitura, como eu tive que me ensinavam que quando se ouvisse a sirene da ambulância era um dever tirar o carro para o acostamento e parar! isto ainda está no código de trânsito, mas com tanto carro nas ruas e tanto assalto, quem vai obedecer?

quarta-feira, 12 de março de 2008

Fazer política é necessário

Estou voltando, meus amigos. Tenho de admitir que manter um espaço como esse atualizado diariamente, só contratando um admnistrador profissional. Ou então fazendo do espaço sua missão única, como fazem ( e muito bem feito ) os jornalistas. Infelizmente, no meu caso, nem posso contratar um admnistrador, muito menos vivo de "jornalismo". Então, de vez em quando vai haver esses "hiatos" de comunicação no blog.
De todo modo, acho que vou voltar em grande estilo, postando um texto que tem tudo a ver com o que penso sobre a necessidade de nos envolvermos com a política partidária, em qualquer município do país; política com P maiúsculo, bem entendido. Pode parecere clichê esta hitória de política de P maiúsculo, mas não é não, acreditem-me. Basta nos lembrarmos do outro conceito que o inconsciente popular já formou sobre a praxis da maioria dos noossos representantes (?) nos cargos públicos: o que eles praticam já está sendo chamado de politicagem barata.
Vamos ao texto então
Uma Missão Nobre do Cidadão
A política é considerada pela maioria dos brasileiros como algo nocivo e pernicioso, como ação corrupta e corruptora, indigna para ser praticada por uma pessoa séria e responsável. Para muitos, trata-se de uma atividade específica de políticos, de elites e figurões, de gente graúda ou de seus apadrinhados, sendo vista também como um trampolim para certas pessoas "vencerem na vida". Nada mais seria que um vale-tudo, em que não há princípios nem escrúpulos, os fins justificando todo e qualquer meio, por mais desonesto e absurdo que seja.
A política vive hoje uma grave crise, sobretudo por fatores que, de um lado, envolvem a esfera dos interesses e, de outro, a esfera dos valores. Dos interesses, porque a política vem a ser associada à prática de atos econômicos que distorcem a correta relação que deve existir entre interesse privado e interesse público. São freqüentes denúncias de corrupção e outros crimes correlatos, envolvendo instituições dos três poderes nas esferas federal, estadual e municipal, além de tecnoburocratas, políticos e personalidades públicas a partir do primeiro escalão da República. Dos valores, porque se vem verificando uma espécie de baixa de tensão ideal no fenômeno político, provavelmente por causa da derrota das utopias que dominaram o século XX e pelo fato de a maioria não perceber que essas utopias foram uma das causas das transformações que humanizaram as estruturas de poder econômico e político implantadas no planeta. As distorções do regime político e do sistema partidário, por causa da corrupção, do autoritarismo, do centralismo e do fisiologismo político, têm levado milhões de brasileiros a adotar atitudes passivas frente ao governo, aos processos eleitorais, à atividade partidária e à própria deterioração da situação econômica e social.
Essa apatia política se está difundindo progressivamente devido à idéia de que as promessas não cumpridas da democracia não sejam mesmo possíveis de manter. Contribuem para este comportamento a pouca vivência democrática (após o regime militar, o país tem menos de 20 anos de democracia, o maior período contínuo de sua história) e ainda o fato de que historicamente a criação do Estado precedeu à formação da nação brasileira. Esta situação precisa mudar. Para isso, um primeiro passo já foi dado com a vitória da proposta mudancista das forças políticas que se reuniram em torno da candidatura Lula, no 2º turno das eleições de outubro de 2002. Outros estão tendo seqüência com a montagem de um governo de coalizão democrática, liderado pelo Partido dos Trabalhadores, que está gerindo o país.
Novo passo se revela imprescindível: cada brasileiro se convencer da necessidade de fazer política, arregaçar as mangas e se lançar na luta. Ao lado disso, que se desenvolvam esforços para devolver à política seu caráter ético e de serviço para o bem da sociedade. Para melhor entender o papel da política numa determinada sociedade, tem-se que considerar que: a) a atividade do sindicato ou da associação se vincula à busca de soluções para os problemas profissionais, de melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores; b) a da associação de moradores se preocupa com as questões ligadas ao local de moradia, e de um determinado bairro específico; c) a da paróquia ou do templo se relaciona com os aspectos extra-terrenos, numa área de abrangência específica. E que a atividade política é a única que solda todas as demais ações humanas em prol do encaminhamento das questões maiores e essenciais da sociedade, desde as do município, passando pelas do estado e as da União. É a mediadora das esferas fundamentais da vida coletiva.
A ação política, por si mesma, é transformadora. Pois está vinculada à questão do poder, aos mecanismos de definição coletiva de uma determinada comunidade, de um povo. A política é a atividade mais nobre do homem, pois quando efetivamente praticada ela se faz em benefício de todos, e não de uns poucos. É no campo político que se dá a intercessão do "mundo sistêmico", da economia e da política, com o "mundo do cotidiano", onde se realizam as aspirações imediatas dos homens.Todo cidadão precisa saber que, sendo omisso ou alheio às questões políticas, está também fazendo política, pois está permitindo que pessoas descomprometidas com a sociedade continuem usando a política em seu benefício, único e exclusivo, ou do seu grupo. Daí a importância e a necessidade de todos fazerem política. É como num jogo de futebol. Ficar na arquibanda, torcendo pelo seu time, ajuda, mas quem decide o resultado da partida é quem está no campo jogando. É também como num incêndio. Tem importância gritar e pedir socorro, mas para apagar as chamas precisa agir. Para resolver o jogo da vida e apagar o incêndio dos problemas é preciso agir. É preciso fazer política.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O sonho dos homens (e mulheres) que querem fazer política com seriedade

O deputado federal pelo Ceará Leo Alcântara articula no congresso a votação de PEC ( proposta de emenda constitucional) que contempla o direito da cidadania em lançar candidatos avulsos, mesmo sem partido, aos cargos eletivos do país. Seria uma maravilha! Seria o adeus definitivo aos grilhões nem sempre sérios das estruturas partidárias, a que temos de nos submeter, quando pensamos em candidaturas. O texto a seguir é do blog do deputado Alcântara
PEC da candidatura avulsa em discussão
Já conseguimos as assinaturas necessárias. Agora, é colocar em discussão a PEC 229/2008 - Proposta de Emenda à Constituição, apresentada por mim, que prevê a alteração do inciso V do § 3º do art. 14 da Constituição Federal. Se aprovado, o texto prevê a candidatura de pessoas sem filiação partidária, mediante apoio de um número mínimo de eleitores.A proposição elimina a formalidade da filiação obrigatória para reconhecer as relações espontâneas e legítimas entre representantes e representados, ao mesmo tempo em que cria espaço para o estabelecimento de partidos realmente organizados em torno de programas.Em um País complexo como o Brasil, com diferenças regionais, econômicas e culturais reconhecidamente acentuadas, a ficção do mandato estritamente partidário produziu apenas migração e infidelidade. Isso tem deixado vários políticos à beira da clandestinidade, mesmo que tenham forte base social, além de forçar os partidos a aceitar pessoas que não necessariamente seguem os princípios partidários, mas trazem votos para a legenda.Por que não reconhecer a legitimidade que brota da relação direta entre representantes e representados? Por que forçar os partidos a ser apenas legendas eleitorais? Diversos países reconhecidamente democráticos, como Estados Unidos da América, Itália, Canadá, Espanha, Portugal e Chile, para citar apenas alguns, permitem candidaturas avulsas. Curiosamente, em todos esses países há sistemas partidários mais coesos e com identidade programática mais definida do que no Brasil. Vamos, pois, à discussão da matéria.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Estamos todos sufocados

Acho que, quando fui criar este blog, expliquei para muitos amigos, por e-mail, os motivos para fazê-lo. Eu me encontrava absolutamente sufocado, querendo interagir com alguém, falar das minhas dúvidas, fazer minhas críticas e observações, "fiscalizar" o comportamento dos nossos administradores. Tudo isso e muito mais eu queria falar para alguém, e não vinha encontrando espaço na mídia local, em especial a escrita. Estavam ( e estão) todas controladas pelo poder.
Aí criei o blog. Ainda não aprendi a controlar os acessos a ele, mas acho que não tenho tido muitos leitores. Fazer o que? Nada; pelo menos estou tendo a certeza que sufoco não passo mais quando quiser dizer o que penso. Se alguém vai ler e interagir, não depende mais de mim.
Essa introdução é para lhes oferecer um texto do jornalista Ruy Fabiano, que foi postado no blog do Noblat, em 23/02. Ele trata justamente do "sufoco" nacional a que todos os que escrevemos estamos sujeitos mais do que nunca nestepaiz.
Liberdade não tem ideologia
por Ruy Fabiano

Liberdade de imprensa é musa que os governantes, mesmo os que se julgam altamente democratas, cortejam, mas estão longe de apreciar. A maioria gostaria de vê-la pelas costas. De fato, não é fácil admiti-la. Afinal, a imprensa está longe de ser um ente perfeito.Erra – e erra muito.
Mas nenhum dos danos que eventualmente ocasiona se compara ao dano maior de sua supressão – ou limitação por meio de censura. Os danos decorrentes do exercício da liberdade de imprensa – injúria, calúnia e difamação – estão capitulados no Código Penal, e estabelecem punições que vão de multa a prisão.O mau jornalismo deve – precisa – ser punido, nos termos da lei, até mesmo para fortalecer o bom jornalismo.
O preâmbulo vem a propósito de expediente recente, perpetrado pela Igreja Universal do Reino de Deus, contra um jornal e uma jornalista.Contrariada por se sentir ofendida por reportagem da Folha de S.Paulo, assinada pela repórter Elvira Lobato, pôs em cena uma estratégia que, na linguagem judicial, é conhecida por “litigância de má fé”. Ou seja, aciona-se a Justiça não em busca de justiça, mas para intimidar ou estabelecer pressão econômica irresistível.Foi o caso. Diante da referida matéria, os dirigentes da Igreja Universal orientaram adeptos em todo o país para que abrissem processo simultâneos na Justiça, de diversos pontos do país, contra o jornal e a jornalista. Ao todos, mais de 150.A evidência da litigância de má fé começa nos termos das petições, que se repetem literalmente em cada um dos processos. Toda a imprensa se levantou, mobilizando entidades da sociedade civil, como OAB, CNBB e outras grifes defensoras do politicamente correto. Estava em cena uma modalidade oblíqua de censura.Tudo bem – exceto por um detalhe: trata-se de reação tardia a uma prática que já estava em curso, já fizera vítimas, mas não gerara a mesma reação. Ou por outra, nenhuma reação.
E aí há um dado gravíssimo, nem sempre percebido como tal, que é a censura à imprensa gerada pela própria imprensa. A censura ideológica. Há bem mais tempo que as ações simultâneas da Igreja Universal contra Elvira Lobato e a Folha, o colunista da revista Veja, Diogo Mainardi, tem sido alvo de atos idênticos, perpetrados por personagens ligados ao governo federal e a seu partido.Mainardi, porém, é visto como ideologicamente contaminado. Assume posições tidas como ultraconservadoras (não cabe aqui discuti-las), e faz críticas ácidas à própria mídia, o que o torna um colecionador de desafetos em seu próprio meio profissional.
Ocorre que liberdade de imprensa não é um bem ideológico. Não é de direita ou de esquerda, nem pode estar submissa a idiossincrasias. É plural e impessoal – ou não é. Goste-se ou não de quem esteja sendo constrangido pelo exercício da profissão, é o princípio que está em jogo. Se houver excessos por parte do jornalista, há os remédios legais e o modo honesto de acioná-los.O presidente Lula, ao se manifestar a respeito da ação da Igreja Universal contra Elvira e a Folha, tratou o caso como se não estivesse submetido a litigância de má fé. Disse que a democracia é assim: se a pessoa ou instituição se sente ofendida, vai à Justiça. É verdade – mas não é o caso, e o presidente com certeza sabe disso.Ele e seu partido, que quiseram criar um certo Conselho Federal de Jornalismo, na tentativa de estabelecer controle estatal sobre a atividade, incluem-se na cota dos que cortejam a musa Imprensa, mas estão longe de apreciá-la ou de a quererem por perto.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Crença II - Tradições Religiosas

Quando criei meu blog, tinha a convicção que ele serviria para " abrigar" minhas inquietações e dúvidas, já que não vinha conseguindo fazê-las nos jornais locais. Mas sabia também, como sei, que ele se prestaria ( como está se prestando ) para outros autores amigos que quisessem ocupá-lo.
O texto a seguir é de um amigo, Romão Silva, e tem muito conteúdo e qualidade; ele certamente aumentará o conceito do meu blog, no sentido que, o que vier a ser publicado por aqui trará sempre algum fato de importância para nosso cotidiano. Boa leitura para todos!


Crença II - Tradições Religiosas



por Antônio Romão Silva

NOTA:

Antes de adentrar no assunto que quero expor chamo a atenção dos leitores para o fato de que o presente artigo não tem a intenção de polemizar e nem tampouco ferir suscetibilidade de nenhum religioso ou instituição religiosa. O interesse é tão somente bem informar aos leitores e o público de um modo geral, a respeito de alguns tópicos não muito evidentes, interpretados erroneamente por não se levar em consideração alguns fatores como os que se seguem.

Alguns irmãos menos esclarecidos acham que se deve aceitar sem contestação tudo que está escrito na Bíblia por acreditarem na sua infalibilidade. Porém, antes de esclarecermos alguns pontos mais polêmicos, façamos algumas apreciações embasadas na ótica da razão e do discernimento para não incorrermos em claudicação.

Em primeiro lugar, analisemos alguns pormenores de extrema importância para a elucidação de alguns fatos não muito bem explicados ao longo da história e que perduram até hoje na obscuridade. É o caso, por exemplo, das diversas traduções e das diferentes versões bíblicas que conhecemos.

Os fragmentos de texto que se seguem foram extraídos Bíblia Sagrada na versão portuguesa da Vulgata Latina traduzida pelo Pe. Antônio Pereira de Figueiredo..

“A Versão dos Setenta e a Vulgata Latina

Até o final do século IV, conhecia-se da Bíblia, a chamada Versão dos Setenta, também chamada de Septuaginta, assim denominada por ter sido confiada por Ptolomeu II, Filadelfo (309 a 246 a. C.) rei do Egito, a setenta e dois rabinos, seis de cada tribo, que a realizaram entre os anos de 285 a 247 a. C., na ilha de Faros, perto de Alexandria. A Versão dos Setenta foi, portanto efetivada no antigo Testamento.”

“Da Versão dos Setenta originou-se a Vulgata Latina, realizada em sua quase totalidade por São Jerônimo, doutor da Igreja (c. de 350-420), diretamente do hebraico, do aramaico e do grego, por incumbência de Damásio I, papa de 366 a 384. Em 386, São Jerônimo terminou a tradução do Novo Testamento, e, entre 391 e 405. a do Antigo Testamento. Em 1592, o papa Clemente VIII mandou fazer uma revisão da Vulgata Latina, e esse texto revisado é hoje de uso oficial na Igreja Latina.”

“Quase todos os livros da Bíblia foram escritos em hebraico. O aramaico é o idioma original de fragmentos do Antigo Testamento (Dan. 2, 4b-7, 28; Esd 4, 8, 6, 18; 7, 12-26; Jer. 10, 11), e, no Novo Testamento, de todo o Evangelho de Mateus. O grego foi usado para o livro da Sabedoria, Macabeus II e todo o Novo Testamento (com exceção do livro de Mateus).”

Observação: O texto em itálico aí transcrito está mostrado ipsis litteres, ou seja, do mesmo modo como está escrito no livro, de modo que se houver alguma falha essa se deve às imperfeições de impressão ou descuido do autor ou ainda, do revisor.

Ora, como podemos perceber, os livros bíblicos não estão compilados tal como foram escritos há séculos atrás. Foram três os idiomas originais, conforme o texto acima descrito. Fragmentos daqui, um pedacinho dacolá, e assim temos hoje uma amalgama de textos que não foram integralmente escritos um após outro como supuséssemos que fosse. A isso, agreguem-se as constantes traduções, primeiro para o grego e latim e depois para mais de mil línguas e dialetos falados em todas as partes do mundo; e as revisões que também são inumeráveis.

Afora isto, levem-se em consideração as constantes mudanças vernáculas, os regionalismos, etc., pois para exemplificar, verifiquemos o que acontece com a nossa própria língua falada com diferentes vocábulos e sotaques em cada Região e Estado do País. Num período de dez anos notaremos que o idioma muda sensivelmente, além de aumentar o número de palavras com as novas tecnologias e descobertas. Assim foi e assim continua sendo.

Constitui-se, portanto, um erro crasso querer demonstrar que se pode interpretar tais textos ao pé da letra, pelas razões já expostas.

Outro ponto crucial é o fato de ter sido escrito por homens, - embora com inspiração superior, - para homens rudes de reduzida mentalidade e de poucas qualidades morais, numa época bem remota. A linguagem que poderiam compreender tinha que estar à sua altura, ou seja, um palavreado popular.

Mais um texto extraído da internet no site http://www.geocities.com/jeffersonhpbr/entrada.html , diz o seguinte:

“1. Barreiras de Linguagem

A Bíblia foi escrita em três línguas: O Antigo Testamento em Hebraico e algumas poucas partes em Aramaico, e o Novo Testamento em Grego. Nossas traduções em Português, embora muito bem feitas por conselhos editoriais compostos por grandes eruditos nessas línguas, muitas vezes não conseguem achar palavras do nosso idioma que correspondam perfeitamente às do idioma original. Também, é difícil fazer a transposição do tempo, da voz e do modo dos verbos, da sua origem para a atualidade”.

Isto significa dizer que não há uma tradução literal, por maior esforço que se empreenda neste sentido, justamente por causa desses entraves. Vinculem-se a isto as barreiras geográficas, porque muitos dos acidentes geográficos como rios, lagos, riachos, vilas, cidades, etc., hoje não mais existem.

E os costumes da época, a cultura, será que ainda são os mesmos, posto que mudam também com o tempo? E, durante todo esse espaço de tempo será que ninguém meteu o bedelho onde não devia e lá escamoteou ou maquiou alguma coisa? Quem nos garante que não houve alguma alteração intencional? Por que vários livros, considerados apócrifos, ainda hoje são publicados e conhecidos pelo povo? Por que bíblias diferentes para diferentes segmentos do cristianismo? São indagações que estão distantes de serem respondidas e que dão mais azo às imaginações férteis.

Pelo exposto, não podemos crer cegamente em tudo que se nos induzem a crer, pois, cada orador interpreta e prega de conformidade com os dogmas de sua congregação e continuam em pleno vigor as máximas que dizem que: ninguém é o dono da verdade e o pior cego é aquele que não quer ver!