sábado, 19 de novembro de 2011

Dever de casa mal feito; ou nem feito, acho.

     


                        Um grupo de vereadores de Sobral visitou recentemente a assembléia legislativa do Ceará para convidar os deputados representantes da região norte-noroeste a participarem de audiência pública na nossa câmara com  pauta única: a empresa guanabara e seus (péssimos) serviços.
                    Pela foto que ilustra essa postagem,  a recepção aos nossos representantes não foi muito calorosa. Segundo comentários de crédito, somente o deputado Ferreira Aragão recebeu o pessoal. Afinal, todos sabemos , o monopólio com que a  guanabara  foi brindada pelo governador  Cid Gomes teve o apoio obsequioso de quase todos os deputados.   E agora a população cearense começa a sofrer as consequências da falta de concorrência  entre empresas de transportes intermunicipais.
                        E o dever de casa mal feito ou nem feito por aqui?  Quando o executivo sobralense concedeu a exploração comercial  do terminal rodoviário Manoel Rodrigues , um equipamento público,  a essa mesma empresa,  não me lembro de ter ouvido qualquer voz contrária a este crime de lesa-erário na tribuna da casa do povo.  Alguém entre vocês que me lêem ouviu?
                      Como cronologicamente o "monopólio" sobre a rodoviária de Sobral é mais antigo que  a concessão do governador, fica parecendo que, pela falta da vigilância isenta dos nossos edis, servimos de laboratório para  a experiência comercial do grupo financeiro dos srs. Paulo Porto e Carlos Magalhães.
                      Agora é tarde, vereadores! Não adianta mais ficar "jogando pra platéia" dos seus eventuais eleitores.
                       

             
                   

Em Sobral as ciclovias são destruídas. Já em São Paulo...


Alvíssaras!

                 O vereador José Crisóstomo Barroso Ibiapina - Zezão - mantém um blog muito interessante e inteligente, onde são publicadas, preferencialmente, decisões do judiciário, quaisquer que sejam. Mesmo às que  aparentemente "condenem"  práticas políticas  desonestas  e desrespeitosas para com o conjunto da população eleitora-contribuinte, tão comuns entre seus pares no poder legislativo sobralense.
                Leiam  o que ele publicou hoje e me digam se não são alvíssaras; finalmente...


               Uma decisão do Tribunal de Contas do estado de Pernambuco em 2010, vem norteando os Tribunais de Contas dos Municípios e dos Estados em todo o Brasil acerca da licença de Vereadores para tratamento de Saúde . As leis orgânicas dos municípos normalmente trazem em seu bojo que  licenças superior a 120 dias, são votadas pelas Câmaras e caso aprovadas o suplente do Vereador assume,  e ambos ficam recebendo o salário.
               O Tribunal de Contas de Pernambuco entendeu que desde que os Vereadores passaram a contribuir para o regime geral da Previdência Social, a licença deve ser concedida pelo INSS, tendo a Câmara que pagar apenas a diferença em relação ao teto.
              A Conselheira Teresa Duere enviou o texto da consulta ao Ministério Público de Contas e à Coordenadoria de Controle Externo, e a conclusão do procurador Gustavo Massa e do coordenador Cláudio Ferreira foi exatamente a mesma: legislação municipal pode complementar a diferença entre o valor do benefício “auxílio-saúde” pago pelo RGPS, até o valor do subsídio dos vereadores, mas deverá definir suas fontes de custeio e respeitar todas as exigências da legislação previdenciária.

               RESUMO GERAL:
               1- SOBRAL terá que editar uma Lei Municipal para complementar a diferença entre o valor do auxílio-saúde pago pelo INSS e o subsídio dos vereadores, desde que haja fonte de custeio definida e o respeito às exigências da legislação previdenciária.
               2- Na prática essa lei deve existir porque o teto da Previdência é de pouco mais de R$ 3.800,00 e o salário do Vereador em Sobral é R$ 6.100,00
               3- Quando um Vereador tentar se licenciar para tratamento de saúde o procedimenmto será igual a um trabalhador normal, ou seja a empresa paga 15 dias e a Previdência Social paga o resto.
            4- O Problema maior é que a Previdência não atende a votação da Câmara, ou seja para se licenciar o Vereador terá que passar pelo médico auditor do INSS

               Obs:   O grifo e o negrito no tópico 4 da opinião do vereador são meus.







Educação brasileira em julgamento

              Muitos de vocês devem ter recebido e-mail descrevendo algumas aberrações gramaticais , ortográficas, históricas e de conhecimentos gerais redigidas por alunos do ensino médio candidatos à universidade no último ENEM.
              A propósito, também na internet rola a "expliçação" sobre a prisão do chefe do tráfico na rocinha, o NEM. Se o seu nome fosse ENEM, vazava!
              Voltando ao que foi escrito pelos alunos;  diante dos títulos, honrarias e homenagens que a educação do Ceará tem recebido, certamente que nenhum desses estudantes é conterrâneo do José de Alencar.
              Façam vocês o julgamento.

"O Brasil não teve mulheres presidentes mas várias primeiras-damas foram do sexo feminino".

· "Vasilhas de luz refratória podem ser levadas ao forno de microondas sem queimar".

· "O bem star dos abtantes da nossa cidade muito endepende do governo federal capixaba".

· "Animais vegetarianos comem animais não-vegetarianos".

· "Não cei se o presidente está melhorando as insdiferenças sociais ou promovendo o sarneamento dos pobres. Me pré-ocupa o avanço regresssivo da violência urbana".

· "O Convento da Penha foi construído no céculo 16 mas só no céculo 17 foi levado definitivamente para o alto do morro".

 "Os índios sacrificavam os filhos que nasciam mortos matando todos assim que nasciam"..

· "No começo Vila Velha era muito atrazada mas com o tempo foi se sifilizando".

· "Os pagãos não gostavam quando Deus pregava suas dotrinas e tiveram a idéia de eliminá-lo da face do céu".

· "A prinssipal função da raiz é se enterrar no chão".

· "As aves tem na boca um dente chamado bico".

· "A Previdência Social assegura o direito a enfermidade coletiva".

· "Respiração anaeróbica é a respiração sem ar, que não pode ser maior que 3 minutos senão a pessoa morre.

· "Os egipícios dezenvolveram a arte das múmias para os mortos poderem viver mais"..

· "O nordeste é pouco aguado pela chuva das inundações frequentes".

· "Os Estados Unidos tem mais de 100.000 Km de estradas de ferro asfaltadas".


· "As estrelas servem para esclarecer a noite e não existem estrelas de dia porque o calor do sol queimaria elas".

· "Hormônios são células sexuais dos homens masculinos".

· "Os primeiros emegrantes no ES construiram suas casas de talba".

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

E o povo? Ah, o povo é só um detalhe.

           Quando o PT era o partido que encantava a todos , antes que nos sentíssemos todos enganados, seus candidatos a cargos executivos tinham como plataforma política, dentre outras propostas, a  gestão com orçamento participativo.  A idéia se tornou prática efetiva em uma cidade brasileira pelo menos: Porto Alegre, na primeira gestão do petista Olívio Dutra.
            Mas isso foi há muito tempo;  no século passado. 
          Quando vi a foto de um morador da av.John  Sanford,  num protesto solitário contra a pavimentação dos trilhos do metrô colocados na porta da sua casa, me lembrei da história da gestão participativa do PT de antanho. Sim porque, não por acaso - ou seria um mero acaso? - o prefeito de Sobral é um filiado histórico do partido dos trabalhadores; desde o tempo do encantamento de todos com a sigla.
           Meu conterrâneo da Jonh Sanford: minha solidariedade ao seu ato solitário. E uma explicação que nem resolve seu  ( e dos seus vizinhos de avenida ) problema muito menos justifica a decisão administrativa imposta goela abaixo de vocês; mas acho que explica. É que nosso prefeito é filiado mesmo é ao  PTdosFG. Então sem essa de participação popular na sua gestão.  Idéias, ações, orçamento, licitações, etc, etc, etc, no principado tupiniquim, só se forem demandas da cúpula hierárquica. De cima pra baixo; nunca, jamais o contrário, entende meu amigo?
            Também , quem mandou a gente ser só o povo?
          

O público e o privado. Ou: quem não gosta de caldo de galo verde?

        Não bastasse essa espécie de privatização política que aconteceu em Sobral desde 1997, em que ninguém ousa  aspirar um cargo eletivo sem   fazer genuflexão ao rei. Se não se ajoelhar, tadinho...
       Agora a estratégia é "estatizar" o  privado, afinal  l'etat c'est moi.
       Há uns 2 meses  li  e vi   nos blogs da cidade estampadas  a alegria e satisfação dum comerciante dono de bar e restaurante  com a visita da comitiva do dr. Guimarães ao seu estabelecimento; principalmente porque seu faturamento naquele dia fora fabuloso. 
        Pois não é que o tal comerciante foi proibido de receber outra vez  a comitiva do "doutor verdinho". Babau  miriquita, para mais uma manhã de casa e caixa cheios.
        De qualquer maneira  os sobralenses devemos fazer um mea culpa. Até onde  e por que nos descaracterizamos tanto enquanto consciência crítica, ao ponto de não exercermos mais o legítimo direito do contraditório, principalmente nas questões políticas?
        Quem sabe a candidatura do Guimarães do PV a prefeito de Sobral   possa se transformar no renascer da nossa independência. Tomara!
         Basta de tanta submissão e vassalagem!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Para o fim do feriado. E para pensar sério, por que não?




                   Recebi por e-mail e repasso para os leitores do DDR



O Que aconteceu entre 1952 e 2011?


 Cenário 1: João não fica quieto na sala de aula. Interrompe e perturba os colegas.

·        Ano 1952: É mandado à sala da diretoria, fica parado esperando 1 hora, vem o diretor, lhe dá uma bronca descomunal e até umas reguadas nas mãos e volta tranqüilo à classe. Esconde o fato dos pais com medo de apanhar mais. Pronto.


     Ano 2011: É mandado ao departamento de psiquiatria, o diagnosticam como hiperativo, com transtornos de ansiedade e déficit de atenção em ADD, o psiquiatra receita  Rivotril. Transforma-se num zumbi. Os pais reivindicam uma subvenção por ter um filho incapaz e processam o colégio.


Cenário 2: Luis, de sacanagem quebra o farol de um carro, no seu bairro.

       Ano 1952: Seu pai tira a cinta e lhe aplica umas sonoras bordoadas no traseiro. A Luis nem lhe passa pela cabeça fazer outra nova "cagada", cresce normalmente, vai à universidade e se transforma num profissional de sucesso.

 

        Ano 2011: Prendem o pai de Luis por maus tratos. O condenam a 5 anos de reclusão e, por 15 anos deve abster-se de ver seu  filho. Sem o guia de uma  figura paterna, Luis se volta para a droga, delinqüe e fica preso num presídio especial para adolescentes.

 

Cenário 3: José cai enquanto corria no pátio do colégio, machuca o joelho. Sua professora Maria, o encontra chorando e o abraça para confortá-lo...
      
        Ano 1952: Rapidamente, João se sente melhor e continua brincando.        
        Ano 2011: A professora Maria é acusada de não cuidar das crianças. José passa cinco anos em terapia pelo susto e seus pais processam o colégio por danos psicológicos e a professora por negligência, ganhando os dois juízos. Maria renuncia à docência, entra em aguda depressão e se suicida...
 

Cenário 4: Disciplina escolar

       Ano 1952: Fazíamos bagunça na classe... O professor nos encaminhava para a direção; chegando em casa, nosso velho nos castigava sem piedade e no resto da semana não incomodávamos mais ninguém.

 

        Ano 2011: Fazemos bagunça na classe. O professor nos pede desculpas por repreender-nos e fica com a culpa por fazê-lo. Nosso velho vai até o colégio dar queixa do professor e para consolá-lo compra uma moto para o filhinho.

 

Cenário 5: Horário de Verão.

        Ano 1952: Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. Nada acontece.

 

        Ano 2011: Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. A gente sofre transtornos de sono, depressão, falta de apetite, nas mulheres aparece até celulite.

 

Cenário 6: Fim das férias.

       Ano 1952: Depois de passar férias com toda a família enfiados num Gordini ou Fusca, é hora de voltar após 15 dias de sol na praia. No dia seguinte se trabalha e tudo bem.

 

       Ano 2011: Depois de voltar de Cancun, numa viagem 'all inclusive', terminam as férias e a gente sofre da síndrome do abandono, "panic attack", seborréia, e ainda precisa de mais 15 dias de readaptação...

  

Cenário 7: Saúde.

        Ano 1952: Quando ficávamos doentes, íamos ao INPS aguardávamos 2 horas para sermos atendidos, não pagávamos nada, tomávamos os remédios e melhorávamos.



       Ano 2011: Pagamos uma fortuna por plano de saúde. Quando fazemos uma distensão muscular, conseguimos uma consulta VIP para daqui a 3 meses, o médico ortopedista vê uma pintinha no nosso nariz, acha que é câncer, nos indica um amigo dermatologista que pede uma biópsia, e nos indica um amigo oftalmologista porque acha que temos uma deficiência visual.  Fazemos quimioterapia, usamos óculos e depois de dois anos e mais 15 consultas, melhoramos da distensão muscular.


Cenário 8: Trabalho.

       Ano 1952: O funcionário era "pego fazendo cera" (fazendo nada). Tomava uma regada do chefe, ficava com vergonha e ia trabalhar.
      
       Ano 2011: O funcionário pego "desestressando" é abordado gentilmente pelo chefe que pergunta se ele está passando bem. O funcionário acusa-o de bullying e assédio moral, processa a empresa que toma uma multa, o funcionário é indenizado e o chefe é demitido.
Cenário 9: Assédio.

        Ano 1952: A colega gostosona recebe uma cantada de Ricardo. Ela reclama, faz charminho mas fica envaidecida, saem para jantar, namoram e se casam.

         Ano 2011: Ricardo admira as pernas da colega gostosona quando ela nem está olhando, ela o processa por assédio sexual, ele é condenado a prestar serviços comunitários. Ela recebe indenização, terapia e proteção paga pelo estado.  
 Cenário 10: Comportamento.

 Ano 1952: Homem fumar era bonito, dar o rabo era feio.

 Ano 2011: Homem fumar é feio, dar o rabo é bonito.

Pergunta-se:

EM QUE MOMENTO FOI, ENTRE 1952 E 2011, QUE NOS TRANSFORMAMOS NESTE BANDO DE BOSTAS?  

Prestação de contas?



Jornal O Povo – 15/11/11


O prefeito de Sobral, Veveu Arruda (PT), enviou, no último domingo (13), uma mensagem através do microblog Twitter para o governador Cid Gomes (@cidfgomes) e para um outro usuário da rede (@Dinney), respondendo a perguntas de que ele, Veveu, teria mandado asfaltar um motel no bairro Alto da Brasília.





Sobre o quadriciclo da secretária

              Se a fiscalização flagrou inclusive adulteração da placa do veículo, será que já se abriu inquérito na instância competente para "checar"a origem do mal-feito?
              Mal-feito, como todos sabemos é o eufemismo criado pela Dilma para comentar sobre os atos corruptos do seu governo.

No Brasil...e em Sobral alguns podem mais que outros


             Há mais ou menos 2 anos, quando (mais) uma crise no senado em torno do poderoso chefão Sarney era notícia, o então presidente Lula disse: "o ex-presidente não pode ser tratado como uma pessoa comum..."
             Aqui em Sobral nesses  últimos dias o prefeito Veveu , advogado de formação, portanto conhecedor - e achava eu, cumpridor - das leis do país emitiu a seguinte opinião sobre ilicitude cometida por um membro do seu staff:  " foi uma abordagem desnecessária, por conta da dedicação que a secretária teve com a organização da festa de abertura da casa do papai noel. A abordagem não deveria ter existido; o perdurso era muito pequeno, uma coisa insignificante. Temos que reconhecer a dedicação da secretária."
               Entenda o caso.
             A secretária Juraci Neves foi flagrada pilotando um quadriciclo com placa adulterada e sem capacete, equipamento de seguraça de uso obrigatório para quem dirige esse tipo de veículo. A abordagem aconteceu na noite do dia 10/11, quando da abertura das festas de final de ano na cidade, com desfile e reabertura da casa do papai noel.

domingo, 13 de novembro de 2011

A constituição segundo um conterrâneo

                Atribui-se ao escritor  e historiador  cearense Capistrano de Abreu o seguinte discurso: "nossa carta magna só precisa ter  2 artigos.  Art I:  Todo brasileiro deve ter vergonha na cara. Art. II. Revogam-se as disposições em contrário."
                 Nessa nova tentativa de "fazer funcionar" o Discordando do Rui,  estou tentando postar textos mais curtos e menos cansativos para os eventuais curiosos. Vez ou outra, no entanto, postarei textos mais longos, autorais ou não; como este  abaixo que trata, coincidentemente, do mesmo assunto que inspirou Capistrano ...

Vergonha!

Chove com frequência em Vancouver. Quando isso acontece nos fins de semana, fico em casa. Leio muito nessas horas e, para mitigar a solidão, deixo a TV ligada. Em um desses meus momentos solitários, a TV reportava que, no Japão, apesar dos terremotos, das falhas nas usinas nucleares, e da falta de alimentos, não havia ocorrido episódios de violência, saques ou desordem.

Uma senhora de meia idade foi entrevistada na fila onde as rações de alimentos estavam sendo distribuídas. Perguntada por que, diante da perspectiva de falta de alimento, ela esperava calmamente pela sua vez na fila, ela singelamente respondeu: “Porque se agisse de outra maneira, traria grande vergonha para mim e minha família.”. Achei interessante que ela tenha usado a palavra “vergonha”.
De fato, pesquisas conduzidas por John Braithwaite, da Australian National University (ANU), apontam para o fato de que, sociedades nas quais a vergonha é parte importante da cultura, sofrem menos com criminalidade, violência e corrupção.
A possibilidade de experimentar o sentimento de vergonha externamente, atraves da sanção ou condenação por membros da familia e da sociedade; e internamente, através das noções de certo e errado advindas do processo de socialização, contribui para a criação de uma sociedade mais justa e pacifica.
Ética, portanto, é ao mesmo tempo uma questão individual, cultural e coletiva. É preciso uma aldeia para educar uma criança.
Nesta ótica, crime, violência e corrupção são vistos como ofensas à comunidade, e não ao Estado. Deve-se fazer o que é certo, e não o que é meramente legal. As ações devem se orientar pelo campo da ética, e não do direito.
Trata-se de restaurar os danos e as relações entre pessoas, e não de punir ofensas ao Estado. Trata-se de restaurar relações, e não de fabricar presos.
Existe algo fundamentalmente errado quando, em uma sociedade, as noções de legalidade ou ilegalidade substituem as noções de certo e errado. Quando o sistema jurídico fica mais importante que a ética. Quando o compromisso com o bem-estar da comunidade se esconde atrás de nossa consciência adormecida. Nesta hora, perdemos a vergonha.
A vida não cabe em um conjunto de leis. Ela é maior que isso. Não cabe em livros ou códigos. Não cabe no direito. A vida é dinâmica, fluida, contraditória e cheia de dilemas. Em uma sociedade pacifica, organizada e evoluída, a ética precede a legalidade. As pessoas têm vergonha. Nestes tempos de apagão ético, talvez seja isso o que nos falte.

Elton Simoes mora no Canada há 2 anos. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FVG); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos