terça-feira, 3 de junho de 2008

Que decepção, meu amigo Martônio Barreto

O texto abaixo não é meu, mas senti uma "santa inveja" ao lê-lo no blog do meu amigo Romão Silva ( seu autor ). Ele conseguiu expressar o estarrecimento que sentimos todos os que conhecemos o procurador do município de Fortaleza; muito mais que seu homônimo juiz da fazenda pública, com quem mediu forças para sentar na cadeira da Luizianne, o procurador sempre passou um comportamento mais comprometido de fato com os avanços sociais nas administrações públicas, e menos interesseiro em "ter seus 15 minutos de fama".
Leiam vocês mesmos o texto do Romão e constatem o qüanto ele foi feliz na sua análise.
A Vaga na Prefeitura
Pareceu briga de comadres essa disputa pela vaga da Prefeitura de Fortaleza. Se fossem dois políticos quaisquer até que dava pra entender, mas, um Magistrado e um Procurador de escol não deveriam se contender na arena política com os gládios da Justiça, como lutadores profissionais em busca de um cobiçado título mundial. E olhem que são somente dois ou três dias de vacância. Imaginem se fossem dois ou três anos era perigoso sair até bala!
Por que o cargo é tão cobiçado? Seria o status? Seria a remuneração? Ou simplesmente seria birra de ambos que, tomados de orgulhoso capricho, não abrem mão de sentar na cadeira da Alcaide da Capital Cearense, pois, o salário desses dias não deve ser tão extraordinário a ponto de gerar conflito pelo montante a ser pago e o status de prefeito tampão de tão exíguo espaço de tempo também não deve valer a pena. Isso inclusive dá margem a que se pense em outros interesses que não os de servir ao povo, embora incorretamente.
Algoestá faltando na Lei Orgânica do Município de Fortaleza para em tão pouco tempo gerar tanta polêmica na sua interpretação é o fato de que, esta, não sendo bem explicita sobre o assunto, deixa margem a dúvidas que deverão servir de parâmetros para que as Câmaras de Vereadores façam as devidas correções o mais breve possível, e isto não só na Prefeitura da Capital, mas nas demais cidades do Estado, pois, os senhores prefeitos e seus substitutos gostam de viajar – e dificilmente viajam sem ser a serviço – deixando a vaga ociosa rendendo manchetes nos principais noticiários da imprensa como a caso em epígrafe.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Os Zumbis da Globalidade

Meu amigo Tarcísio Praciano é, como eu, um incomodado permanente. Como alguém já disse que "... os incomodados é que movem o mundo...", nada melhor que juntar num mesmo espaço os nossos "escritos" que refletem nossos incômodos. A propósito, convidei também o meu amigo Zé Albero Dias Lopes (outro incomodado) para participar do blog.
Hoje o texto é do Tarcísio Praciano.
Os Zumbis da Globalidade
Zumbi deveria ser uma palavra respeitável, lembrando o Zumbi dos Palmares imortalizado, que ironia, em Brasilia, como se pode ver na páginahttp://en.wikipedia.org/wiki/Zumbi da Wikipedia, a enciclopedia livre na Internet. Infelizmente, até pela luta desesperadora dos herois dos Quilombos, terrivelmente dizimados pelas forças da repressão à liberdade que eles representavam, a palavra zumbi representa hoje com frequência uma população enloquecida (como pensavam os repressores que os habitantes do Quilombo eram).
É neste sentido infeliz, e não no sentido respeitável que estou usando a palavra zumbi, até mesmo porque não encontro outra. Um zumbi, diferente dos heróis do Quilombo, é um ser enloquecido que zanza perdido, dirigido por forças que nem ele entende. Os zumbis da modernidade, da globalidade, do desenvolvimento sustentável, desde que continue tudo como está, porque disseram para este zumbi que é possível continuarmos zanzando de carros nas ruas cada vez mais largas das grande cidades, mas também cada vez mais entupida de carros engarrafados, cheios de zumbis espreitando aterrorizados aos vendedores de bugingangas ou limpadores de para-brisas (com aqueles liquidos sujos e pás ainda mais sujas), ou simplesmente crianças esqueléticas estendendo a mãozinha num gesto desesperado em busca de um trocado, enquanto que do outro lado se encontra um zumbi apavorado, escondido atrás de um vidro escuro, bem fechado e respirando um frio ar poluido dos gases do carro da frente.
É o mundo dos zumbis, o comportamento deles é semelhante, são feitos da mesma matéria, defuntos re-encarnados por algum médico psicopata devoto da nova religião chamada globalidade. Falam uma mesma linguagem em que se repetem vocábulos do tipo "parceria", "modernidade", "empreendorismo", "inovação", "desenvolvimento sustentável". Quando você escutar alguém com este vocabulario na ponta da lingua, se afaste, é um zumbi da globalidade. A doença de que eles sofrem é contagiosa, na verdade vem através das ondas da tv, todos eles gastam várias horas por dia pregados na maquina de fazer imbecis (Stanislaw Ponte-Preta chamava de"fazer loucos", hoje certamente ele diria "fazer imbecis"). Outra coisa que caracteriza um zumbi da modernidade é que ele é adicto sempre de um time de futebol, o melhor de todos os times, seguindo as instruções da tal máquina de fazem imbecis. Arrotam arrogância e cinismo, e ao invés de estarem lutando por melhores condições, estão tirando vantagens aqui e ali, assumindo cargos no privado mas trabalhando no serviço público, que no privado eles execram como imprestável e incompetente, mas continuam recebendo o salário do serviço público e trabalhando no privado mais do que trabalham no público. E sempre falando que a redenção do serviço público são as "parcerias" as "inovações"o "empreendedorismo". Se perguntarmos a qualquer um deles o que significam este vocabulos, eisque ficam engasgados, gagüejam e finalemnte nada explicam: "ppppaarceria é a innooooovaçao doooo emmmpreeededorrismmmooo no deseeenvolvimento suuuustentável! " '
Ora, a gente podia ajudar o zumbi; empreendedorimo é a terceirização do serviço público em que o dinheiro público é repassado para um intermediário, um gerente que nada fará a não ser colocar para trabalhar alguém que irá receber menos porque parte do que ele receberia, se fosse um autêntico servidor, fica nos bolsos do zumbi que está intermediando e destruindo o serviço público e com ele a nação. Isto também define parceria, ou desenvolvimento sustentável ou inovação. Estas palavras todas são sinônimas. Que me perdoem os heróicos Zumbis dos Palmares pelo empréstimo, desastradotalvez, de seus honrados nomes.