O blog Sobral de prima postou hoje um texto pequenininho com iconografia impactante sobre o momento de ufanismo do propalado espírito de sobralidade com a chegada do metrô de superfície.
Aos meus parcos e fiéis leitores garanto-lhes que estou tentando escrever sucintamente para tornar mais atraente o Discordando do Rui. Mas, como já tinha escrito alguma coisa sobre o assunto acima, aproveito o meu espaço para lhes apresentar...
Nova Iorque X Sobral City
Me ajudem aqui
meus amigos Zé Alberto e Dênis
Melo, conhecedores profundos que são da
história , da cultura geral e do folclore tupiniquins, e dos d`além mar e do lado de cima do Equador: desde quando e por que foi que nossa cidade, por muito tempo – até hoje ainda há quem se
refira a ela fazendo alusão ao apelido – foi considera e chamada jocosamente de
Estados Unidos de Sobral? Do que eu
conheço parece que, quando o único porto marítimo cearense era o de
Camocim , época em que as viagens eram feitas a cavalo-animal ou nas marias-fumaça-cavalos-de-aço,
era difícil , demorado, incômodo e oneroso para que os turistas
gringos e as novidades da indústria e do
comércio europeu ou norte-americano chegassem até Fortaleza. Então eles findavam
ficando pelo meio do caminho, por aqui mesmo, nos aculturando para o bem ou
para o mal, e por extensão nos “viciando”
em copiar seus costumes,
seu estilo de vida, sua moda e
até mesmo a arquitetura, os meios de transporte e os monumentos daquelas plagas.
Não sei se é por isso que somos The United States of Sobral. Parodiando o palhaço-deputado Tiririca
(os outros 512 são, na sua maioria deputados–palhaços), quando o Zé e o Dênis me disserem eu digo pra vocês...
A fama ou o
folclore sobre o tema existe desde o fim do século XIX e se materializou no raiar do III milênio, quando
o então prefeito Cid Gomes importou da terra do Tio Sam umas sucatas de School
Bus, e as trouxe de navio até o porto do Mucuripe em Fortaleza; e de lá para cá, para o gáudio e
a tola vaidade de muitos conterrâneos inocentes e incautos. Afinal, mais que o status de “americano” , o
presente era oferecido pelo introdutor da era de Aquarius por essa bandas; pelo
menos para esses mesmos incautos. Muito recentemente todos sabemos, um súdito
vassalo do principado ousou superar seu mestre, propondo a construção de torres
gêmeas na cidade. Elas deveriam ser erigidas às margens do rio Acaraú, para que o plágio fosse fiel a localização das originais que, antes de desabarem, ficavam às margens do rio Hudson em NY. A idéia não avançou mas em si mesma parece
que ela simbolizou uma desorientação administrativa da tradição secular de
aculturação em busca do desenvolvimento e da modernidade: copia-se o que não (mais)existe enquanto destroem-se os avanços conquistados em áreas que os nova-iorquinos querem mais é continuar avançando . Talvez seus
administradores não sejam tão
inteligentes quanto os nossos; talvez eles não sejam tão vigilantes e
responsáveis, nem o povo, com o erário;
talvez eles queiram apenas licitar fraudulentamente outras obras públicas,
principalmente as que envolvam a construção civil.
Sobre Duas Rodas
Karina Vieira - Pernambucana,jornalista
e historiadora.
“...Já imaginou ampliar as calçadas, construir mais
estacionamento para bicicletas e eliminar o espaço para automóveis? Em Nova York, foi exatamente o que fizeram,
principalmente no bairro de
Williamsburg, no Brooklyn. Mas não é só lá que a demanda por ciclovias é
alta: mais de meio milhão de nova-iorquinos usam bicicletas pelo menos algumas
vezes ao mês. O número de ciclistas na cidade aumentou em 262% nos últimos dez
anos. Nesse período, mais de 650 quilomêtros de ciclofaixas foram
construídas. O
prefeito Michael Bloomberg diz que tornar Nova York uma cidade mais saudável
era um de seus objetivos. O uso de bicicletas, ele lembra, diminui o
congestionamento, além de fazer bem à saúde e ao meio ambiente. Por isso o
prefeito anunciou não só a construção de mais ciclovias...”.
Pois
é... aqui debaixo do Equador a
prefeitura de Sobral, monitorada pelo comandante da nave-mãe de Aquarius,
está destruindo literalmente os poucos quilômetros de ciclovias existentes,
uma das únicas obras ( as outras vêm se transformando em autênticos elefantes
brancos ) da era FG que impactaram positivamente na qualidade de vida dos sobralenses – somos atualmente aproximadamente 50 mil ciclistas , 35 mil motociclistas e 25 mil guiadores de carros - .
Mas,
tudo bem, pelo menos para os de sempre; finalmente chegamos a era do
metrô. Claro, não será uma subway como em Nova Iorque, o que desafoga em muito o caótico trânsito de lá, como
caótico ele é em qualquer grande cidade. Já não é diferente nem na nossa
pequena Sobral. Então é forçoso
perguntar: a quem interessa..., quem é que está se beneficiando mesmo com a
implantação do metrô de superfície por aqui? Certamente os mais humildes, os contribuintes assalariados,
os que não possuem veículos de 4 rodas, é que não são.