quarta-feira, 12 de março de 2008

Fazer política é necessário

Estou voltando, meus amigos. Tenho de admitir que manter um espaço como esse atualizado diariamente, só contratando um admnistrador profissional. Ou então fazendo do espaço sua missão única, como fazem ( e muito bem feito ) os jornalistas. Infelizmente, no meu caso, nem posso contratar um admnistrador, muito menos vivo de "jornalismo". Então, de vez em quando vai haver esses "hiatos" de comunicação no blog.
De todo modo, acho que vou voltar em grande estilo, postando um texto que tem tudo a ver com o que penso sobre a necessidade de nos envolvermos com a política partidária, em qualquer município do país; política com P maiúsculo, bem entendido. Pode parecere clichê esta hitória de política de P maiúsculo, mas não é não, acreditem-me. Basta nos lembrarmos do outro conceito que o inconsciente popular já formou sobre a praxis da maioria dos noossos representantes (?) nos cargos públicos: o que eles praticam já está sendo chamado de politicagem barata.
Vamos ao texto então
Uma Missão Nobre do Cidadão
A política é considerada pela maioria dos brasileiros como algo nocivo e pernicioso, como ação corrupta e corruptora, indigna para ser praticada por uma pessoa séria e responsável. Para muitos, trata-se de uma atividade específica de políticos, de elites e figurões, de gente graúda ou de seus apadrinhados, sendo vista também como um trampolim para certas pessoas "vencerem na vida". Nada mais seria que um vale-tudo, em que não há princípios nem escrúpulos, os fins justificando todo e qualquer meio, por mais desonesto e absurdo que seja.
A política vive hoje uma grave crise, sobretudo por fatores que, de um lado, envolvem a esfera dos interesses e, de outro, a esfera dos valores. Dos interesses, porque a política vem a ser associada à prática de atos econômicos que distorcem a correta relação que deve existir entre interesse privado e interesse público. São freqüentes denúncias de corrupção e outros crimes correlatos, envolvendo instituições dos três poderes nas esferas federal, estadual e municipal, além de tecnoburocratas, políticos e personalidades públicas a partir do primeiro escalão da República. Dos valores, porque se vem verificando uma espécie de baixa de tensão ideal no fenômeno político, provavelmente por causa da derrota das utopias que dominaram o século XX e pelo fato de a maioria não perceber que essas utopias foram uma das causas das transformações que humanizaram as estruturas de poder econômico e político implantadas no planeta. As distorções do regime político e do sistema partidário, por causa da corrupção, do autoritarismo, do centralismo e do fisiologismo político, têm levado milhões de brasileiros a adotar atitudes passivas frente ao governo, aos processos eleitorais, à atividade partidária e à própria deterioração da situação econômica e social.
Essa apatia política se está difundindo progressivamente devido à idéia de que as promessas não cumpridas da democracia não sejam mesmo possíveis de manter. Contribuem para este comportamento a pouca vivência democrática (após o regime militar, o país tem menos de 20 anos de democracia, o maior período contínuo de sua história) e ainda o fato de que historicamente a criação do Estado precedeu à formação da nação brasileira. Esta situação precisa mudar. Para isso, um primeiro passo já foi dado com a vitória da proposta mudancista das forças políticas que se reuniram em torno da candidatura Lula, no 2º turno das eleições de outubro de 2002. Outros estão tendo seqüência com a montagem de um governo de coalizão democrática, liderado pelo Partido dos Trabalhadores, que está gerindo o país.
Novo passo se revela imprescindível: cada brasileiro se convencer da necessidade de fazer política, arregaçar as mangas e se lançar na luta. Ao lado disso, que se desenvolvam esforços para devolver à política seu caráter ético e de serviço para o bem da sociedade. Para melhor entender o papel da política numa determinada sociedade, tem-se que considerar que: a) a atividade do sindicato ou da associação se vincula à busca de soluções para os problemas profissionais, de melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores; b) a da associação de moradores se preocupa com as questões ligadas ao local de moradia, e de um determinado bairro específico; c) a da paróquia ou do templo se relaciona com os aspectos extra-terrenos, numa área de abrangência específica. E que a atividade política é a única que solda todas as demais ações humanas em prol do encaminhamento das questões maiores e essenciais da sociedade, desde as do município, passando pelas do estado e as da União. É a mediadora das esferas fundamentais da vida coletiva.
A ação política, por si mesma, é transformadora. Pois está vinculada à questão do poder, aos mecanismos de definição coletiva de uma determinada comunidade, de um povo. A política é a atividade mais nobre do homem, pois quando efetivamente praticada ela se faz em benefício de todos, e não de uns poucos. É no campo político que se dá a intercessão do "mundo sistêmico", da economia e da política, com o "mundo do cotidiano", onde se realizam as aspirações imediatas dos homens.Todo cidadão precisa saber que, sendo omisso ou alheio às questões políticas, está também fazendo política, pois está permitindo que pessoas descomprometidas com a sociedade continuem usando a política em seu benefício, único e exclusivo, ou do seu grupo. Daí a importância e a necessidade de todos fazerem política. É como num jogo de futebol. Ficar na arquibanda, torcendo pelo seu time, ajuda, mas quem decide o resultado da partida é quem está no campo jogando. É também como num incêndio. Tem importância gritar e pedir socorro, mas para apagar as chamas precisa agir. Para resolver o jogo da vida e apagar o incêndio dos problemas é preciso agir. É preciso fazer política.