segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Na hora do aperreio... ai meu Deus!, graças a Deus!

O jornalista João Pereira Coutinho, portugês de origem e brasileiro de coração, é colunista da Folha de São Paulo. Ele tem se destacado dentre outras coisas por fazer ( pelo menos até quando deixarem ) uma imprensa livre, independente. E como é um eclético, apesar da pouca idade, 32, escreve sobre qualquer assunto, sempre com muita propriedade. Como o fez no texto abaixo, em que se contrapõe argumentadamente às visões dos agnósticos e ateus de fachada.
Ao texto...
A estupidez humana não cessa de me espantar. Leio na imprensa do dia que uma associação “humanista” da Grã-Bretanha lançou em Londres uma campanha pública para defender a provável inexistência de Deus. A ideia foi escrever nos ônibus da cidade duas frases de arrasadora profundidade filosófica: “Deus provavelmente não existe. Por isso, deixa de te preocupar e aproveita a vida”.
A tese espanta, não apenas pela infantilidade que a define –mas pela natureza ilógica que a contamina. Se Deus não existe, haverá necessariamente motivos para celebrar?
Os mais radicais “philosophes” do século 18 concordariam que sim. O próprio projeto iluminista, na sua crítica à instituição religiosa como autoritária e obscurantista, defendia que a libertação dos Homens passava pela libertação do divino. Nem todos os “philosophes” eram ateus, é certo: Rousseau ou Diderot, impenitentes “deístas”, não são comparáveis a La Mettrie ou Helvétius. Mas o iluminismo continental abriria a primeira brecha na cultura ocidental, ao retirar a Fé do seu trono e ao coroar a deusa Razão.
Foi esse gesto primordial que tornaria possível as devastadoras críticas posteriores do trio maravilha (Feuerbach, Marx e Freud). Deus criou os Homens? Pelo contrário: Deus é uma criação dos Homens por razões várias e todas elas racionalmente explicáveis.
Os Homens criaram Deus por temerem a sua própria mortalidade (Feuerbach). Os Homens criaram Deus por contraposição às condições materiais das suas existências precárias (Marx). Os Homens criaram Deus por puro sentimento de culpa: parricidas arrependidos, eles buscam ainda uma autoridade perdida; Deus é o “fétiche” infantil de quem se recusa a viver uma vida adulta (Freud).
Infelizmente, aparece sempre alguém para estragar a festa. Falo de Doistóievski, claro, disposto a contrariar o otimismo liberal da burguesia russa oitocentista, para quem Deus era um empecilho de modernidade. Pela boca de Karamazov, Dostoiévski formularia a pergunta que Feuerbach, Marx, Freud e também Nietzsche se recusaram a enfrentar: e se a ausência de Deus significa também a ausência de qualquer limite ético para a acção humana?
Essa possibilidade seria confirmada no século seguinte: um século devastado por grandes construções coletivistas, utópicas e rigorosamente ateias que libertaram um fanatismo e uma crueldade indistinguíveis do fanatismo e da crueldade das antigas religiões tradicionais.
Quando os Homens não acreditam em Deus, eles não passam a acreditar em nada; eles acreditam, antes, em qualquer coisa, como dizia profeticamente Chesterton. Antes de festejarmos a provável inexistência do barbudo, convém saber o que essa coisa será
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domingo, 25 de janeiro de 2009

Estado rico é outra coisa!

Deu no site http://www.cearaagora.com.br/ :


GOVERNADORES ENXUGAM ORÇAMENTO. CID GOMES, NA CONTRAMÃO, INVESTE MAIS

Por Luciano Augusto
Nove governadores de estados brasileiros já efetuaram cortes no Orçamento de 2009 ou decidiram contingenciar recursos, condicionando a liberação à melhoria do cenário no Brasil e no mundo. De acordo com levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo, com os secretários de Planejamento de todos os Estados e do Distrito Federal, o aperto nos Orçamentos estaduais totaliza R$ 4,96 bilhões, mas deve aumentar, já que pelo menos outros cinco governadores ainda podem adotar medidas de contenção.

Ao contrário da maioria dos governadores entrevistados, Cid Gomes pretende caminhar na contramão, e anuncia novos investimentos para 2009.

Comento: e aqui no Ceará ainda sobra dinheiro para as viagens de turismo e recreação do governador, levando a sogra, os sobrinhos, os aspones e outros penduricalhos na bagagem. É muito dinhiro sobrando ou não.

Crise! Que crise?

Bolsas e mais bolsas, às nossas custas



Pois é, meus amigos.......



Ou vocês estavam pensando que os 11 milhões de beneficiários da bolsa-família, inlusive o gato Billy, mais os "pinks deslumbrados" com a vaselina, eram os únicos que se lucupletavam com o erário?

Aqui em Sobral são quantos?

Em todo canto da mídia, este fim de semana, foi noticiado que o governo federal ainda mantém, mesmo contra as normatizações constitucionais, 35.000 cargos de confiança ou terceirizados.
O mais grave nesse fato-notícia é que muitos concursos foram realizados, alguns deles já perderam a carência ou o prazo constante em edital para que se chamassem os aprovados, e isso não aconteceu na sua totalidade.
Até parece que é melhor continuar "aparelhando" o estado com os "cumpanheros" petralhas ( crédito para Reinaldo Azevêdo)
Se essa prática espúria estivesse acontecendo só no planalto central, não seria menos execrável, claro, mas o alrmante é que o modelo está impregnado em todos os poderes executivos, além do federal. Aqui em Sobral, por exemplo, pertinho de nós, temos notícias de muitos "funcionários" municipais que tiveram seu ingresso na carreira pública, não por méritos mas pelo qi (quem indica). Fala-se em aproximadamente 3.500 cargos com essas características.
No início da minha campanha como candidato a prefeito, ano passado, demos entrada, juntamente com meu candidato a vice, o Aragão dos correios, num ofício-solicitação de informação, por parte da secretaria de administração do município, do nome de todos os funcionários em cargo de confiança, sua lotação e salário. Não obtivemos resposta.
Depois tive de me afastar da campanha por razões de saúde, e a cobrança foi esquecida, mesmo pelo meu partido e pelo Muniz e o Aragão.
Acho que está na hora de voltarmos, o PPS, querendo ser o legítimo representante de oposição, além de guardião da moral e fiscal da transparência com o que é público, de voltarmos a fazer esse questionamento.
Afinal, antes de seu um dever do cidadão, é um direito de todos: o habeas data