segunda-feira, 28 de abril de 2008

A Saúde Pública sob a Ótica de um Usuário

Como médico já fiz muitas críticas e sugestões, ao menos no nível municipal, sobre como eu achava que deveria ser o funcionamento dos postos de sáude, principalmente os mais distantes do centro de Sobral, no que tange aos seus horários de atendimento.
Como político, inclusive com interesses e possibilidades reais de uma candidatura a prefeito da minha cidade, se um dia chegar lá, não tenho dúvidas que sugestões como a desse usuário, autor do texto que se segue, serão completamente acatadas.
Vocês outros usuários, leiam o texto com atenção.
Caos na Saúde Pública
Antônio Romão Silva

Estamos atravessando momentos difíceis em todos os sentidos. Violência, corrupção, inflação (que o governo nega existir), corrosão de salários, altas taxas de juros, etc., sem contar com os problemas de saúde pública, cujo gerenciamento é um desastre.

Os problemas vêm se agravando a cada dia e nós não estamos preparados para enfrentá-los porque, a bem da verdade, não se vê empenho das autoridades em encontrar a solução.
Assim falo porque não se tem investido o suficiente em pesquisas científicas na busca de novos medicamentos, vacinas e métodos de tratamento; nossos pesquisadores são mal remunerados e muitos deles procuram trabalho em outros países, posto que aqui não são valorizados.
Um exemplo bem recente é caso vacina contra o dengue, objeto de pesquisa do Laboratório de Bioquímica Humana da Universidade Federal do Ceará que reclama um investimento da ordem de R$ 500.000,00 para dar seqüência a outras etapas do projeto para a confecção de uma vacina tetravalente, comum aos quatro tipos de vírus analisados.

As faculdades não cumprem o seu papel na integra porque não dispõem de verba suficiente para ampliação, reforma, equipamentos médicos, aparelhos, material diverso, etc.; o corpo docente é mal remunerado, razão pela qual é também desmotivado e assim vamos caminhando na base do fingimento: o governo finge que resolve o problema; os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem e a sociedade finge compreender.

O resultado não poderia ser outro do que aquele que vemos diariamente em nossos hospitais, como mal atendimento, casos de erro médico, em decorrência do grande volume de pacientes a serem atendidos por um ou dois médicos e auxiliares plantonistas que se estressam, se irritam até e não é para menos, porque eles também são humanos e por isso, sujeitos a todos os defeitos inerentes ao corpo e ao espírito.

O certo é que, devido ao mau gerenciamento do sistema como um todo, a repercussão é quase sempre negativa gerando descontentamento e desconforto tanto para pacientes como para os profissionais de saúde.

Os hospitais reclamam das tabelas do SUS, segundo eles, sempre desatualizadas, - e acredito piamente que sim, - em desacordo com a realidade. Daí resulta o acúmulo de problemas que são agravados com a grande afluência de pacientes vindos de outros municípios – e até de outros Estados da união, - os quais poderiam ser previamente examinados em seus lugares de origem, nos postos de saúde, se estes dessem um plantão de 24:00h, porque às vezes, - e não são poucas essas mesmas vezes, - trata-se de um caso simples e que poderia ser tratado no posto ou mesmo em casa. Os casos mais graves poderiam ser encaminhados aos hospitais de maior importância.

Cabe aqui, portanto, observar que, se as prefeituras adotassem na sede e nos respectivos distritos o sistema de atendimento integral nos pequenos hospitais ou nos seus postos de saúde, o atendimento dos nosocômios seria bem melhor.

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