quinta-feira, 4 de março de 2010

Meu modelo de administrador

Algum leitor mais novo deste espaço certamente não vai se lembrar; mas, se quiser pode pesquisar a história política do Ceará, em particular a da cidade de Fortaleza, e vai encontrar o nome do engenheiro civil Luiz Marques como prefeito num período "tampão", nos anos 80, acho, substituindo o então prefeito Lúcio Alcântara, que renunciara para se candidatar ao senado federal.
Pois bem , meus amigos: acho que os outros leitores, da minha faixa etária, se lembram desse administrador-tampão da capital cearense; pode ser, portanto, que eles se recordem de pelo menos um 1 fato marcante da sua admnistração que, se virou uma espécie de foclore político para quem não percebeu a grandeza da frase ( citarei a seguir) proferida por ele, para muitos - eu me incluo aqui - foi uma demonstração de verdadeira percepção do papel de um admnistrador público.
Ao fato e à frase proferida pelo sr. Luiz Marques.
Nos 11 meses de mandato do sr. Luiz Marques, dentre outras obras de infra-estrutura, sua adminitração projetou e construiu moderno calçadão em pedra portuguesa, para facilitar e melhorar o fluxo de pedestres nas proximidades da praça do Ferrreira, no sentido de quem vai para a praça dos Leões ( quem conhece minimamente nossa capital sabe que área estou tentando descrever...). Então, quando o projeto e reforma estavam concluídos, retiraram os tapumes de proteção, e o povo começou a "pisar" na calçada nova. E entrava dia e saía dia e nada do gabinete do prefeito programar o ato inaugural da tal obra; até que a mídia e os assessores do homem o interpelaram com o seguinte questionamento: "... e aí prefeito, quando vai ser a inauguração do calçadão...?". E o administrador público Luiz Marques respondeu: "... mas ela já não está inaugurada? Não foi feita pro povo "pisar" em cima? Então não precisa de ato inaugural, não é mesmo, senhores?" ( cai o pano )
Enquanto isso, último dia 25, em Sobral, os cerimoniais do governo do estado e da prefeitura de Sobral programaram uma festa de "arrombar", com direito a palco iluminado, banda de forró eletrônico e até coquetel e degustação para um sem número de convidados, tudo para registrar um ato de assinatura de ordem de serviço - do Hospital Regional Norte.
Só pra registrar, para tentar abrir a mente dos adoradores do panis et circens: a pajelança festiva foi toda custeada com nosso dinheiro, o que está abarrotado nos cofres públicos às custas dos muitos impostos e taxas que somos obrigados a honrar (quase que) a cada dia do ano.

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