Hoje à tarde me atrevi a participar , por telefone, de uma discussão interessante que o radialista Ferreira Neto provocou no seu programa na rádio Tupinambá: a enxurrada de erros ortográficos e gramaticais cometidos pela absoluta maioria dos radialistas de Sobral.
Durante o "debate" entrou na discussão um colega da UVA ( não gravei seu nome )que alertou para a qualidade medíocre e infantil ( quantos aos erros de escrita )dos blogs editados e redigidos por alguns "jornalistas" da terrinha; o que é uma verdade absoluta, por conseguinte uma vergonha para os que apregoamos o conceito de Sobral, cidade universitária de tradição histórica e cultural ímpar ( o centro do universo também no quesito educação e cultura ).
Minha participação se fez, primeiro para concordar, lamentando o nível muito limitado de conhecimento das regras do nosso vernáculo por parte dos colegas radialistas e blogueiros ( para quem não sabe sou radialista com certificado de conclusão do curso de capacitação e qualificação oferecido pelo sindicato profissional ). Aproveitei e fiz auto-crítica e mea culpa públicas, assumindo também minhas limitações na área, reconhecendo o quanto é difícil falar ( e escrever ) corretamente a língua portuguesa. E depois da "bentita" reforma de unificação entre os países da mesma língua acho que ficou mais difícil ainda...
A constatação acima não deve servir como desculpa ou justificativa para nenhum dos que nos atrevemos a escrever ou falar na imprensa; porque o que escrevemos ou falamos, e como o fazemos, impacta imediatamente nos ouvintes e leitores , aqui e até onde alcançam os tramissores e, gravíssimo, em todo o mundo no caso da blogosfera. Repercute, impacta e "convence" tanto mais quanto mais conceito tenha cada um de nós perante a comunidade.
Daí o outro viés da minha participação no debate de agora à tarde. Na minha opinião, muito mais grave que o analfabetismo linguístico reinante na mídia é o "analfabetismo" político praticado e divulgado por ela. É inaceitável a repetição à exaustão dos elogios e conceitos vassalos que se ouve todo dia, o dia todo, nos programas radiofônicos da cidade; com raríssima(s) exceção(ões). Nesses últimos dias então, e por mais alguns outros certamente, ouviremos centenas, milhares de vezes as opiniões e os lamentos de desagravo ao deputado ex-cearense Ciro Gomes, fritado em fogo brando por alguns meses e finalmente defenestrado do seu desejo onírico de ser o presidente do Brasil. Traição, injustiça, desonestidade, irresponsabilidade com a democracia, etc, etc, etc. Mas ninguém falará, muito menos questionará ( aí é querer demais ...) a situação política reinante em Sobral já há 13anos, e no Ceará todo há pelo menos 3: a tentativa escancarada do grupo do sr. Ciro de transformar a política do estado ( Sobral em particular ) numa hegemonia de consciência , competências e valores; quer dizer, só eles é que podem e devem nos governar.
Colegas radialistas e blogueiros: a situação não é a mesma denunciada pelo Ciro e criticada e tão lamentada por todos vocês? Então porque não começamos a questionar a situação local e estadual com indepêndência, sem amarras, sem salameleques covardes apenas para agradar, tentando provar para os ouvintes e leitores que não somos tão analfabetos ( políticos ) assim...?
Quanto ao outro tipo ( de analfabetismo ) que grassa entre nós, só mesmo muita carta do ABC, gramática e dicionário na mesa de cada estúdio; mas precisa utilizar essas ferramentas pessoal, porque cultura axilar não transforma ninguém e aí vocês continuarão chamando de JEIBARAS o distrito de JAIBARAS. É de lascar!
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