domingo, 19 de abril de 2009

Igualzinho às eleições municipais

A edição de hoje do Diário do Nordeste traz, como semanalmente, a coluna do jornalista Rangel Cavalcante - caderno Gente -. E o primeiro tópico do seu texto trata da (in)utilidade do congresso nacional, cada vez mais questionada, diante da enxurrada de escândalos praticados por seus membros.

Há pouco mais de 2 meses, inaugurando programação de debates na rádio Caiçara de Sobral, me posicionei contrário à criação de mais (quase) 7.000 cadeiras legislativas nas câmaras municipais do país. E defendi minha visão fazendo auto-crítica, como eleitor, ao votar, na maioria das vezes, em candidatos com pouca (ou nenhuma ) qualidade moral, indignos portanto de nos representar ou de "tratar" com os atos admnistrativos da coisa ( Res ) pública (Publicae ).

Pelo menos quanto à (falta de ) qualidade dos nossos representantes e ao: o que fazer para mudar essa paisagem decepcionante a ponto de se questionar a utilidade das casas legislativas, parece que o jornalista cearense radicado em Brasília tem o mesmo raciocínio meu, e de significativa parcela do eleitorado brasileiro.
Será que seremos maioria a partir das próximas eleições de 2010?

Ao texto do Rangel Cavalcante

Plebiscito para quê?

O senador Cristóvam Buarque não foi feliz ao propor um plebiscito nacional sobre a extinção do Senado Federal que, diga-se de passagem, não está servindo para muita coisa atualmente. Caiu naquela de Fernando Henrique e Lula que, diante da roubalheira generalizada existente em órgãos como a Sudam, Sudene, Dner e tantos outros, ao invés de prender os ladrões e retomar o dinheiro roubado, preferiram extinguir as instituições saqueadas, deixando na impunidade os saqueadores.
Foi como tirar o sofá da sala. Hoje, o tal Dnit, novo nome do extinto Dner, tem mais processos no TCU do que o finado.
O brasileiro não precisa de plebiscito para acabar com as imoralidades no Senado e na Câmara dos Deputados e em todas as demais instituições públicas no País. Basta fazer uso consciente do voto nas eleições a que comparece a cada dois anos. Extinguir o Senado não resolve nada. Aquela Casa do Congresso é vital para a democracia brasileira. Só precisa funcionar como manda a Constituição, com seriedade.
O grande e verdadeiro plebiscito é a eleição. Enquanto o eleitor não aprender a escolher gente séria para os cargos públicos no País, a bandalheira continuará. E num crescendo assustador. O cidadão brasileiro deve seguir a Constituição imaginada de Capistrano de Abreu e criar vergonha na cara, aprendendo a votar. Ao invés de extinguir o Senado ou a Câmara, temos que extinguir mesmo é a maioria dos senadores e deputados que deslustram a instituição mais sagrada da democracia que é o legislativo.
O que vemos hoje é que a cada eleição aumenta o contingente de vereadores, prefeitos, deputados e senadores sem as mínimas qualificações para o exercício desses mandatos. Nunca na história deste País se viu tanto político com mandato com ficha criminal. E só há um culpado por isso: você, eleitor. E o que mais assusta é que hoje ninguém vota enganado. Quem vota em corrupto sabe que está votando em corrupto. Não é por ignorância ou erro do eleitor que o deputado mais votado do Brasil é também o ícone maior da corrupção nacional, envolvido em dezenas de processos na Justiça, e sem punição.
No ano que vem tem eleição de novo. Uma nova chance. E ninguém terá o direito de reclamar dos resultados.

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